Sexta-feira, 10 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2015
Na reunião sobre o pacote fiscal realizado na terça-feira, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff e deputados governistas que participavam do encontro presenciaram uma discussão ríspida entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), sobre a condução da política econômica. A briga foi relatada pelo próprio Rosso e pelo líder do PR, Maurício Quintela Lessa (AL).
De acordo com parlamentares presentes e o próprio Rosso, a troca de farpas gerou mal-estar e teve que ser interrompida pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O líder do PSD afirmou que a discussão começou quando ele criticou a política econômica do governo, dizendo que não bastava conter gastos sem estimular a produção e a competitividade do setor empresarial.
Segundo Rosso, Levy não gostou e iniciou uma “briga feia”. “Ele se ressentiu e travou uma briga feia comigo. Ele falou que o rebaixamento da nota de investimento do Brasil pela Standard & Poor’s também foi problema do Congresso”, contou o líder do PSD. O deputado disse que rebateu a transferência de responsabilidade para o Legislativo e sugeriu que Levy saísse de “férias” para melhorar a situação do País.
“Eu disse: ‘eu li em inglês o relatório da agência de risco, que fala em deterioração fiscal. Inclusive, eu sugiro que o senhor saia um mês de férias e coloque um desenvolvimentista, para ver se a nota não melhora’”, disse o líder.
De acordo com Rosso, Levy se irritou mais ainda e respondeu ser contra criar “programinhas” de incentivo a setores específicos. A criação de benefícios fiscais e desonerações tributárias para setores estratégicos foi característica marcante da gestão do ex-ministro Guigo Mantega.
“Ele falou que colocar programinha para isso e para aquilo não funciona. E eu disse que o olhar matemático dele não dava certo. Nesse momento o clima ficou ruim e o Aloizio Mercadante interveio”, contou.