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Política Eduardo Bolsonaro é suspeito de vazar informações sobre o tarifaço de Trump ao mercado econômico

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Relacionamento de Eduardo Bolsonaro com empresários e agentes do mercado financeiro deve entrar no radar do Supremo. (Foto: Reprodução de vídeo)

“Se eu atuasse no mercado financeiro, eu estaria simplesmente apavorado com a possibilidade de sanções econômicas dos Estados Unidos subsequentes a essas dobradas de aposta”, disse Paulo Figueiredo em uma live no dia 17 de julho de 2025, depois de celebrar as tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump ao Brasil – maiores que qualquer país até agora –, de 50% sobre todos os produtos. Figueiredo prometeu que a coisa pode ir mais longe: “Há possibilidade sim de sanções ao mercado financeiro brasileiro, como há em outros países”, disse. E repetiu duas vezes: “Eu tô avisando”. Na mesma live, Paulo Figueiredo afirmou que “está havendo um movimento de inúmeros empresários grandes virem conversar comigo e com Eduardo Bolsonaro”.

Pode ser tudo um grande blefe, claro, mas esse relacionamento entre Figueiredo e Eduardo Bolsonaro com empresários e agentes do mercado financeiro deve agora entrar no radar do Supremo Tribunal Federal (STF), que já investiga a atuação de Eduardo nos EUA pelos crimes de coação durante processo judicial, obstrução da Justiça e atentado contra o Estado democrático de Direito.

As ações do filho “03” no país, onde está radicado desde março e onde repetidamente dá declarações sobre estar articulando sanções ao Brasil e a integrantes do STF, constituem, para Paulo Gonet, uma tentativa de subverter as investigações em curso contra seu pai por tramar um golpe de Estado. Gonet, aliás, teve seu visto para os EUA suspenso, assim como os da sua família imediata, por conta das recentes retaliações de Trump sobre as quais Eduardo e Paulo clamam autoria.

A atuação de Eduardo Bolsonaro para libertar o pai, aliás, foi anunciada como um dos principais pontos levados em conta pelo STF para ordenar o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro na semana passada. Para Alexandre de Moraes, Bolsonaro “confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA “TAXAÇÃO/SANÇÃO” À SUA PRÓPRIA ANISTIA”.

Agora, a Advocacia Geral da União (AGU) quer entender se houve vazamento de informação privilegiada para certos grupos apostarem contra o real na bolsa de valores, pouco antes da divulgação da taxação por Trump. Se Eduardo Bolsonaro e Figueiredo tiveram acesso a essa informação e contaram para alguém, o entendimento da Justiça brasileira pode ser que esse movimento financeiro faz parte de uma campanha internacional para pressionar o STF.

“A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil os Estados Unidos da América”, escreveu o advogado-geral da União substituto, Flávio José Roman, no pedido de investigação.

Eis o que aconteceu. Às 16h17 do dia 9 (horário de Nova York), Trump publicou uma carta na sua rede social Truth Social, anunciando a tarifa volumosa ao Brasil. Como esperado, houve forte desvalorização do real em relação ao dólar.

Entretanto, às 13h30 já havia especulação em relação ao câmbio: alguém comprou uma quantidade grande de dólares, apostando contra o real. Segundo reportagem da TV Globo, que ouviu o fundador da Tolou Capital Management, o investidor Spencer Hakimian, o valor da compra foi de 3 a 4 bilhões de dólares. Depois do anúncio, com a desvalorização do real, o criminoso vendeu o mesmo valor em dólares que comprara três horas antes, lucrando, segundo Spencer, de 40 a 50% do valor investido.

Uso de informações privilegiadas, ou insider trading, é crime, e pode ser punido com penas de 1 a 5 anos de cadeia, alerta a AGU. “Por fim, registra-se que, além da esfera criminal, o uso ilícito de informação privilegiada enseja responsabilidade civil e administrativa, inclusive por prejuízos ao mercado e a investidores”, prossegue o pedido. “Em razão disso, internamente, a Advocacia-Geral da União já instou de forma urgente a Procuradoria-Geral Federal para que acione a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”.

É possível que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que estiveram na Casa Branca e têm mantido conversas frequentes com pessoas próximas a Trump – entre eles Jason Miller, que foi estrategista da campanha eleitoral de 2024, e Steve Bannon – soubessem que as tarifas viriam naquele dia, e tenham vazado a informação. É o que o STF e a CVM devem investigar.

Entretanto, há outra possibilidade, talvez ainda mais sinistra. E que pode explicar a fúria tarifária de Trump, incluindo em casos, como no Brasil, em que elas fazem pouco sentido por haver um superávit na balança comercial e por se tratarem de “pura interferência política” na independência dos poderes da República, como bem escreveu Marina Amaral na sua coluna.

Olhando para casos anteriores, é provável que a informação tenha vazado da própria Casa Branca – e que anunciar tarifas de maneira repentina tenha se tornado apenas mais uma maneira de Trump e seus amigos ganharem muito dinheiro com especulação na bolsa. (Com informações da Agência Pública)

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