Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2020
Garantir que jovens mulheres terminem o ensino médio até 2030 pode aumentar o produto interno bruto (PIB) dos países em desenvolvimento em cerca de 10% na próxima década. Essa é a conclusão de um estudo divulgado nesta semana. Cada dólar investido na educação e nos direitos das meninas pode gerar US$ 2,80 em retorno, o que equivale a bilhões de dólares a mais no produto interno bruto (PIB), de acordo com a pesquisa realizada pela organização Plan International e o grupo financeiro Citi.
“Os planos de recuperação da covid-19 que priorizem o investimento na educação e no bem-estar das meninas ajudarão as comunidades e economias a se reconstruírem melhor e mais fortes”, afirmou Anne-Birgitte Albrectsen, CEO da Plan International.
Cerca de 130 milhões de meninas em todo o mundo já estavam fora da escola antes da pandemia de covid-19 de acordo com a UNESCO, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para a Educação e a Cultura. Mais de 11 milhões não deverão voltar às aulas depois da pandemia.
As meninas têm mais chances de ficar fora da escola do que os meninos, segundo o UNICEF, agência a ONU dedicada às questões da infância. Muitas famílias com poucos recursos escolhem investir nos garotos. Além disso, elas estão mais expostas à violência, à pobreza e ao casamento infantil — questões que também impactam seu acesso à educação.
O estudo focou em oito mercados emergentes, entre eles Índia, Egito, Uganda e Bolívia, e sugere uma abordagem holística que inclua educação, saúde e prevenção à violência.
Países pobres podem enfrentar dificuldades para implementar programas que incentivem a educação de meninas e adolescentes, mas é bom lembrar que essa é uma das metas de desenvolvimento assinadas por líderes globais em 2015. A inclusão de mulheres pode aumentar a prosperidade e o bem-estar em todas as sociedades.
“Erradicar as barreiras à educação e ao desenvolvimento de meninas pode ser a chave para que os países atinjam os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU”, disse Andrew Pitt, chefe de pesquisa do Citi.
O estudo foi bem-recebido pela organização Equality Now, que luta pelos direitos das mulheres. Para o grupo mais iniciativas são necessárias para derrubar as barreiras de gênero à educação.
“Terminar a escola é crítico para o sucesso econômico, social e político de uma pessoa em sua vida adulta. Quando as garotas não têm essas oportunidades, uma geração inteira de mulheres é prejudicada”, diz Alexandra Patsalides, advogada na Equality Now.