Sexta-feira, 17 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2024
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump prometeu que libertará as pessoas detidas por envolvimento no ataque contra o Capitólio, em 2021, como uma de suas primeiras medidas como presidente caso seja eleito em novembro.
Trump é o candidato favorito à indicação do Partido Republicano para disputar o pleito, e pesquisas recentes apontam uma vantagem de até cinco pontos sobre o presidente democrata e candidato à reeleição, Joe Biden.
“Meus primeiros atos como seu próximo presidente serão fechar a fronteira (…) e libertar os reféns de 6 de janeiro que foram presos injustamente”, escreveu Trump na noite de segunda em sua rede Truth Social, sem revelar mais detalhes.
Reação Democrata
A declaração do republicano foi usada como uma espécie de alerta por uma porta-voz da campanha do presidente Biden. Em um comunicado, citado pela emissora NBC, Sarafina Chitika disse que Trump “demonstrou que fará tudo o que for preciso para se manter no poder — incluindo desculpar e encorajar a violência política”.
“O povo americano não se esqueceu do violento ataque ao nosso Capitólio em 6 de janeiro — eles sabem que Trump é demasiado perigoso para ser deixado perto do Salão Oval [gabinete da Presidência] novamente, eles irão proteger a nossa democracia e manter Trump fora do Casa Branca em novembro”, acrescentou.
Favorito
O ex-presidente tem praticamente assegurada a indicação como candidato republicano nas eleições de novembro, após a desistência de sua última rival, a ex-governadora Nikki Haley, na semana passada.
Além disso, a última pesquisa eleitoral do The New York Times e do Siena College, publicada em 1º de março, acende um sinal de alerta para os democratas: Biden aparece com apenas 43% de apoio, enquanto Trump tem 48% das intenções de voto.
Trump já fez comentários sobre o seu hipotético primeiro dia no cargo, com a promessa de que em seu retorno à Casa Branca não atuaria como ditador, “exceto no primeiro dia”.
Trump e o ataque
Em janeiro, durante um evento de campanha no estado de Iowa, o empresário pediu ao presidente democrata para “libertar os reféns”, palavra que utiliza para fazer referência às pessoas detidas por participação no ataque contra a sede do Congresso.
Os agressores, inflamados pelo republicano e suas falsas alegações de fraude eleitoral, invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 para tentar impedir a transferência do poder a Biden. No ataque, cinco pessoas morreram e cerca de 140 policiais ficaram feridos.
A multidão que cercou e finalmente invadiu o prédio era heterogênea. Havia homens e mulheres, maridos e esposas, pais e filhos, e pessoas de diversas etnias. Até mesmo um ex-funcionário do Departamento de Estado participou do ataque.
Desde então, 1.358 pessoas foram acusadas, segundo dados divulgados na semana passada pelo Departamento de Justiça — em uma investigação classificada como a maior da História do departamento. Quase 500 pessoas foram condenadas a penas de prisão pelo ataque, com penas que variam de alguns dias a mais de 20 anos.
Trump, que enfrenta 91 acusações criminais em quatro julgamentos separados, enfrenta dois por supostamente tentar reverter os resultados das eleições de 2020, vencidas por Biden.