Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2021
Policiais apreenderam um caminhão com 33 cilindros de oxigênio, na Zona Centro-Oeste de Manaus (AM). Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), a empresa responsável estava vendendo o produto acima do preço. Um homem foi detido pelo crime de especulação.
A capital está sofrendo um colapso no sistema de saúde por conta da falta de oxigênio dos hospitais. Desde a última quinta-feira (14), pacientes internados com covid-19 passaram a ser transferidos para outros Estados brasileiros.
De acordo com a SSP, um homem de 38 anos foi detido e vai responder por reter produtos para o fim de especulação, ou seja, para vender acima do preço, e ficará à disposição da Justiça.
O secretário de Segurança, coronel Louismar Bonates, esteve no local da denúncia e encontrou o caminhão, distante da empresa, com os cilindros que estavam sendo distribuídos “paulatinamente”, de forma escondida e aos poucos. Foram encontrados no caminhão 33 cilindros, dos quais 26 possuíam oxigênio.
A ação policial envolveu a Polícia Militar e a Polícia Civil do Amazonas. Conforme o delegado Bruno Fraga, diretor do Departamento de Polícia do Interior, durante o interrogatório o homem informou que possui uma empresa de comercialização de cilindros de oxigênio, porém ficou com medo que a população invadisse a estabelecimento, em busca do material, e decidiu tirá-lo do local.
Policiais civis fizeram a escolta do material para abastecimento em quatro unidades de saúde da rede estadual. Para o Hospital Beneficente Português, foram destinados 11 cilindros. Seis foram para a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas, seis para o SPA do São Raimundo e três para o SPA do Coroado.
Crise do oxigênio
Manaus vive uma crise aguda neste mês — com falta de oxigênio e uma nova variante do coronavírus. A cidade já registrou 93 mil casos de covid-19 e quase 4 mil mortes desde o começo da pandemia. A capital do Amazonas sofre um novo pico de internações por causa do coronavírus, após as festas de fim de ano.
Diversos veículos de imprensa confirmam a situação desesperadora em muitos dos hospitais da cidade. Os cilindros com esse gás são essenciais para manter e estabilizar os pacientes com covid-19 grave — além de pacientes com outras enfermidades. Sem esse insumo básico, muitos indivíduos hospitalizados vão acabar morrendo.
Em meio à dramática falta de gás oxigênio para tratamento de pessoas internadas com covid-19 em Manaus, a Secretaria de Saúde do Amazonas determinou a requisição administrativa de “eventual estoque ou produção de oxigênio” de dezessete empresas, como montadoras e produtoras de eletrodomésticos localizadas no Polo Industrial de Manaus.
Para suprir tanto os hospitais públicos quanto os hospitais privados, as três empresas fornecedoras de oxigênio local — White Martins, Carbox e Nitron — precisavam entregar 76.500 metros cúbicos (m³) diariamente, diz o governo do Amazonas. No entanto, a capacidade de entrega das empresas tem sido somente de 28.200 m³/dia.
Para sanar o déficit de 48.300m³ diários, o governo do Amazonas e o Ministério da Saúde estão realizando juntos a “Operação Oxigênio”.
“A logística da operação (para levar mais oxigênio a Manaus) prevê também rota terrestre com o insumo saindo de Fortaleza e indo até Belém (PA), para chegar a Manaus por meio de aviões. Para atender com urgência as redes, o transporte terrestre e fluvial, que seria o procedimento mais comum, foi descartado”, informou a Secretaria de Saúde.