Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2020
A “geladeira solidária” invadiu as ruas de Nova York, nos Estados Unidos. Em meio à pandemia, o eletrodoméstico é colocado em lugares públicos com alimentos e produtos de necessidade básica para que pessoas com dificuldades possam pegar o que precisarem. O projeto social “In Our Hearts” – que tem entre suas voluntárias a carioca Tânia Bezerra – foi o criador do “The Friendly Fridge”.
A geladeira geralmente é colocada em calçadas e ligadas em lojas, mercados etc, com autorização prévia da prefeitura. Qualquer pessoa pode doar ou pegar os itens. Tânia, formada em Educação Física e moradora de NY há 20 anos, conheceu o programa durante as aulas de bateria na “Fogo Azul NYC”, escola de música fundada pela enfermeira americana Stacy Kovacs, apaixonada pelo Brasil, onde também fazem aula Selma Raven e Sara Allen, ativistas precursoras do projeto por lá.
“Quando elas me contaram, animei na hora, pois como imigrante eu sei o que é ter dificuldade num país estrangeiro. Com a chegada da pandemia, aumentou muito o número de imigrantes sem trabalho”, disse Tânia, que está recrutando amigos para levar uma geladeira para Astoria, bairro em NY com muitos imigrantes brasileiros. Atualmente são 35 delas na cidade, nos bairros do Bronx, Harlem, Bushwick, Bedford-Stuyvesant, Crown Heights, Brownsville, Prospect Lefferts Gardens e Kingsbridge.
“Cada geladeira é autônoma, mas muitas estão conectadas por vários grupos de mensagens para compartilhar recursos, transporte e ideias para conseguir doações e resgates de alimentos. No início, usamos as doações financeiras de amigos, vizinhos e família para comprar os produtos de um vendedor local, mas agora várias pessoas têm ajudado e colaborado sem termos que pedir”, explica Sara Allen.
E continua dizendo que é uma iniciativa de ajuda mútua, não caridade – o objetivo é a acessibilidade a alimentos saudáveis a todos os que precisam nesse momento de crise. De acordo com Sara, falta comida na casa de um em cada quatro nova-iorquinos. “Os EUA têm 30% de emissão de resíduos. Muita comida é desperdiçada e daria para alimentar um batalhão se pudéssemos direcioná-las para lugares acessíveis, como geladeiras e dispensas comunitárias.”
As duas ativistas americanas ainda fazem um pedido aos leitores para ajudar na conscientização da importâncias dessas geladeiras, compartilhando informações com amigos, familiares, vizinhos e a comunidade. “Seria maravilhoso ver esse projeto se expandindo no Brasil com ajuda do governo e do povo brasileiro”, finaliza Sara e Selma. Para quem quiser conferir o projeto é só acessar a conta do Instagram do projeto é @thefriendlyfridgebx.