Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Flavio Pereira | 27 de março de 2020
O governador vai recolher hoje, no atacado, as reivindicações dos prefeitos gaúchos e alinhar uma série de medidas. Para isso, fará às 10 horas, por videoconferência, uma reunião com os prefeitos que presidem as 27 associações regionais de municípios vinculadas à Famurs. Ontem, o governador conversou com alguns prefeitos, ao lado do vice, Ranolfo Vieira.
Carta das entidades
Sobre a carta das entidades empresariais do estado Fiergs, Farsul e Fecomércio propondo retomada gradual das atividades econômicas a partir de 1° de abril (50% do efetivo excluídos grupos de risco) e 100% a partir de 6 de abril (efetivo total). O governador considerou os prazos “um achismo, um chute”.
Expectativa de receitas estaduais
O reflexo da parada obrigatória vai se manifestar de forma bastante severa nas receitas da União, dos estados e municípios. Ontem, o Secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, fez uma projeção que pode servir de referência para outros estados.
Meirelles já faz projeções
Com base em avaliações dos cenários, Meirelles diz que “nossas expectativas são de uma queda intensa de receita em abril e no trimestre, mas voltando a se recuperar durante o ano. A perda de arrecadação no ano seria de um pouco menos que 10%. Em abril seria de 30% em relação a março”. Guardadas as peculiaridades, pode servir de referência para o caso gaúcho.
Exagero na dose?
O presidente Jair Bolsonaro, na conversa com a imprensa ontem, em frente ao Palácio da Alvorada, voltou a acusar alguns governadores e prefeitos de “exagerarem na dose”. “Como fecharam o comércio, os negócios, tá sendo uma catástrofe.” Lembra que “temos 38 milhões de autônomos, que foram as primeiras vítimas. Não têm reserva, a geladeira só tem 10% de carga. Comecei agora o socorro para pequenas e médias empresas. Um socorro onde uma parte nós pagaríamos e eles teriam o compromisso de não demitir”.
Apoio inusitado do petista
Realista, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), sentiu os efeitos ao rigor da parada, no que diz respeito à pandemia do novo coronavírus. Em transmissão ao vivo pelo YouTube, o petista sugeriu a prefeitos de municípios baianos sem casos confirmados da Covid-19 que mantenham comércio e feiras livres funcionando.
Sensatez na crise
Dos 27 governadores de Estados e do Distrito Federal, só três não quiseram entrar no bate-boca, e não assinaram a carta do Fórum Nacional de Governadores em resposta às críticas de Jair Bolsonaro a medidas restritivas contra o novo coronavírus. Deixaram de assinar a carta, Romeu Zema (Minas Gerais), Ibaneis Rocha (do DF) e Marcos Rocha (de Rondônia).
Dificuldades no transporte
O rigor de governadores e prefeitos ao autorizarem o bloqueio de rodovias, está impedindo o livre trânsito de cargas importantes, incluindo medicamentos e alimentos. Por conta disso, não restou à Confederação Nacional do Transporte outro caminho: pediu ao Supremo para suspender decretos de governadores e prefeitos que restringem a entrada de veículos e pessoas em estados e municípios. O ministro Luiz Fux foi sorteado relator da ação.
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