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Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2016
A PGR (Procuradoria-Geral da República) informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que uma das empresas na área de comunicação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, realizou operações financeiras suspeitas e não tem funcionários registrados desde 2002.
Os dados tratam da C3 Produções Jornalísticas que tem Cunha como sócio, sendo que a sua participação, o equivalente a 840 mil reais, representa mais da metade de todo o patrimônio declarado pelo deputado federal à Justiça Eleitoral em 2014.
Segundo relatório da Procuradoria, além de não ter funcionários, a C3 Produções foi objeto de três comunicações de transações suspeitas do Coaf (órgão de inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda) no valor total de 268 mil reais entre dezembro de 2013 a novembro de 2014.
De acordo com os investigadores, foram identificadas em dezembro de 2013, por exemplo, 13 transações fracionadas no total de 128,7 mil reais e, em junho de 2014, outras oito transações fracionadas no valor de 79,9 mil reais, “configurando tentativa de burla aos controles estabelecidos” pelo Banco Central, segundo a Procuradoria.
Cunha também é sócio da Rádio Melodia e da Jesus.Com, firma que atuaria na área de comunicação. Os procuradores da República afirmam que no mesmo endereço da C3 está situada outra empresa de Claudia Cruz, a Jesusweb, cujo nome de fantasia é “Fé em Jesus”, também sem registro de empregados. A mulher de Cunha possui ainda a EJR Decorações e uma participação na Jesus.Com.
A Procuradoria também cita no documento que “há notícia de que Eduardo Cunha possui padrão de vida bastante superior ao dos bens declarados” e se hospeda em hotéis bastante caros, como o Emiliano, em São Paulo, pagando diárias de 7,5 mil reais durante viagens internacionais.
Os investigadores dizem ainda que o peemedebista possui “frota de carros generosa”, como dois Porsche Cayenne, um dos quais avaliado em 429 mil reais, e um Ford Edge, avaliado em 120 mil reais. Os procuradores apontam que “o deputado e sua mulher apresentaram indícios de variação patrimonial a descoberto entre 2011 e 2014”. (Folhapress)