Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2021
Em pouco mais de um ano, o golpe do falso empréstimo subtraiu milhões de reais de diversas vítimas pelo Brasil. Para praticar o roubo, a quadrilha de estelionatários fazia uso, de modo criminoso, o nome de instituições sérias, como a Receita Federal, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e o BC (Banco Central). Até o nome e assinatura do autor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998, foram usados no golpe.
No último dia 7, a Operação Saque Rápido prendeu no Paraná e em São Paulo 41 das 50 pessoas procuradas pela polícia paranaense. Elas aplicavam o golpe do falso empréstimo, que começava com anúncios na internet de sites oferecendo crédito. Segundo as investigações, os criminosos gastaram pelo menos R$ 600 mil em anúncios no Google.
Quando a pessoa digitava, por exemplo, “empréstimo para negativados”, no topo dos resultados apareciam anúncios das páginas montadas pelos golpistas. Em geral, elas ficavam hospedadas em provedores fora do Brasil. E o número de sites usados no golpe era muito alto. Depois que o interessado preenchia o cadastro nos sites, telefonistas em centrais montadas pela quadrilha entravam em contato com os clientes.
“Ela fala: ‘Ó, quanto que você quer? Dez mil?’. Dez mil. A vítima preenche um contrato. No momento que ela assina o suposto contrato enviado via aplicativo de mensagens, ela não se atenta a uma suposta cláusula que impõe uma multa de 40% caso ela deseje abandonar esse contrato. Em dado momento cria-se um obstáculo pra liberação dos valores, então a vítima é orientada a depositar determinada quantia na conta desse estelionatário”, explica o delegado.
Um dos obstáculos criados pelos bandidos era o pagamento de imposto, o chamado IOF, imposto sobre operações financeiras, que na boca dos bandidos muda de nome.
Mais de 250 policiais civis participaram da operação. Além das prisões, foram cumpridos 58 mandados de busca e apreensão. Durante as buscas foram apreendidos três veículos, notebooks, cartões bancários e quantia em dinheiro.
A operação contou com o apoio da Polícia Científica do Paraná e da Polícia Civil do Estado de São Paulo para o cumprimento dos mandados. A polícia paranaense ainda cumpriu ordem judicial para o bloqueio de R$ 30 milhões de reais das contas bancárias dos investigados.
Um dos presos, além do mandado de prisão temporária, foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo com identificação suprimida. Os suspeitos devem responder por estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documento público e particular.