Quarta-feira, 09 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, editou portaria com medidas de racionalização e redução de gastos na pasta no exercício de 2025. O texto, publicado no Diário Oficial da União, restringe compras, contratações, treinamentos e eventos até o fim deste ano.
Segundo a portaria, “ficam suspensos os atendimentos de demandas que envolvam o uso de recursos orçamentários para a sua realização relacionadas à: adequação de leiaute; realização de eventos; aquisição de assinaturas digitais de agências de notícias; ativação de posto de trabalho terceirizado; ativação de posto de estágio remunerado; aquisição de bens e mobiliário; realização de obras, serviços de engenharia e melhorias físicas; ativação de serviço de telefonia móvel; e realização de treinamento e capacitação de servidores.
A portaria não se aplica aos gastos que já tenham notas de crédito emitidas ou que tenham por objetivo a redução de despesas condominiais, mediante a racionalização do uso dos espaços físicos; além de obras relacionadas à segurança, saúde e acessibilidade.
Haddad também suspendeu as emissões de passagens aéreas internacionais na classe executiva, com exceção às destinadas ao deslocamento dele próprio.
Protagonismo
Em outra frente, Fernando Haddad defendeu, no último sábado (5), no Rio de Janeiro, o protagonismo do Brics na construção de uma nova forma de globalização, baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental. A participação ocorreu na abertura da 1ª Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do Brics, sob a presidência brasileira, que este ano ocorre no Brasil.
“Precisamos promover um multilateralismo do século XXI. Esse novo multilateralismo nada mais é do que uma ‘reglobalização sustentável’ – uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”, afirmou o ministro, destacando que o Brics reúne as condições e a legitimidade para liderar esse processo.
O encontro no Rio de Janeiro ocorreu num momento de ampliação do bloco, que agora inclui Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além dos membros fundadores – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Juntos, os países do Brics representam quase metade da população mundial, servindo como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.
Haddad ressaltou a importância de soluções cooperativas para os desafios globais, como as mudanças climáticas e a desigualdade. “Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo. Nenhum país isoladamente – por mais poderoso que seja – pode dar uma resposta efetiva ao aquecimento global, ou atender às legítimas aspirações da maior parte da humanidade por uma vida digna”, pontuou.
O ministro destacou três grandes ações da presidência brasileira no Brics: a ampliação do bloco, o avanço em propostas de reformas institucionais globais e o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Entre os destaques, Haddad celebrou as declarações conjuntas negociadas pelo grupo, incluindo o apoio à criação de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e do Ministério da Fazenda.