Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2021
Rastro de sangue em casa no Jacarezinho. (Foto: Reprodução/TV )
A direção do Hospital Municipal Souza Aguiar informou à Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) que todos – sem detalhar quantos – os baleados que chegaram à unidade de saúde vindos do Jacarezinho “deram entrada já cadáveres”.
A comissão encaminhou perguntas ao hospital, no Centro do Rio, no dia seguinte à operação policial, na quarta-feira (6) passada. Na ação mais letal da história do Rio de Janeiro, 28 pessoas – incluindo um policial civil – acabaram mortas.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária, Álvaro Quintão, a informação do hospital confirma o que a OAB já havia apurado, “que todos aqueles que saíram do Jacarezinho, saíram sem vida”.
“Foi uma clara tentativa da polícia de que a perícia não fosse feita no local. Isso confirma o que disseram testemunhas e familiares”, afirmou Quintão.
Assim como ressaltou a Defensoria Pública estadual no dia da operação, o presidente da comissão reforçou que, nos casos em que os suspeitos foram mortos na favela, “a perícia tinha que ter acontecido no local”.
Em entrevista coletiva no dia da operação, a Secretaria de Polícia Civil do RJ negou que agentes tenham feito “qualquer execução”.
O advogado acrescentou que a comissão também pediu informações à direção do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, para onde supostamente outros baleados foram socorridos. Segundo ele, a unidade de saúde ainda não havia respondido às perguntas até esta segunda-feira (10) à tarde.