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Política Integrantes do Ministério Público são contra mediação do Supremo em questões políticas. A maioria dos procuradores e promotores discorda da atuação do tribunal como agente político

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Para 74,7% dos promotores e procuradores entrevistados, o Supremo não deve mediar questões político-partidárias. (Foto: Wallace Martins/STF)

Os integrantes do Ministério Público (MP) discordam da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto mediador político, mostra um levantamento inédito sobre o perfil da entidade publicado em livro na última sexta-feira.

Para 74,7% dos promotores e procuradores entrevistados, o Supremo não deve mediar questões político-partidárias, enquanto 76,2% avaliaram que a atuação da Corte deve ser estritamente jurídica.

O estudo “Quem são e o que pensam os (as) integrantes do Ministério Público no Brasil?” foi coordenado pelos pesquisadores Fábio Kerche, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Ludmila Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Oswaldo do Amaral, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos integrantes do Ministério Público concorda com casamento homoafetivo, adoção por casais homoafetivos, cotas raciais no serviço público e proibição de venda de armas de fogo.

Por outro lado, a maioria discorda da pena de morte e da prisão de mulheres que realizam aborto. Temas como redução da maioridade penal, privatizações e justiça tributária dividem procuradores e promotores.

Questionados sobre as áreas prioritárias de atuação do Ministério Público, a resposta mais citada por procuradores e promotores é a “defesa do patrimônio público, combate à corrupção e à improbidade administrativa”, com 40,1%. A “defesa da criança e do adolescente” é a segunda mais mencionada, com 35,5%, seguida pela “defesa dos direitos humanos”, com 25,2% de respostas.

O estudo também analisou o perfil socioeconômico dos integrantes do Ministério Público. Há um predomínio de procuradores e promotores de famílias que já atuavam no meio jurídico, como advogados, procuradores, promotores, defensores públicos e magistrados.

A pesquisa ouviu 2.054 integrantes do Ministério Público, incluindo todos os ramos da entidade, como os MPs estaduais, da União, Federal, do Trabalho e Militar, além do MP do Distrito Federal e Territórios. A margem de erro é de aproximadamente dois pontos porcentuais, e o índice de confiança é de 95%.

A pesquisa teve o apoio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O MP já havia sido mapeado em estudos de 1998 e 2016, mas a pesquisa atual é a primeira a contar com uma amostragem representativa de todo o Brasil. Além disso, incluiu perguntas sobre a opinião dos promotores e procuradores a respeito de assuntos variados.

A maioria do MP discorda da atuação do Supremo como agente político. Como mostrou o Estadão, o tribunal intensificou, nos últimos cinco anos, a atuação em casos nos quais considera que o Executivo e o Legislativo deixaram de agir e cumprir deveres previstos na Constituição. Desde 2019, a Corte declarou 78 “omissões inconstitucionais”, superando as 62 decisões registradas entre 1990 e 2018.

O Congresso também é alvo de críticas entre os integrantes do MP. Para 78,6%, o Poder Legislativo não “desempenha bem suas funções”.

As opiniões “progressistas” predominam no MP, como concordância com casamento homoafetivo (87,3%), adoção por casais homoafetivos (87,2%), cotas raciais no serviço público (71,1%) e proibição de venda de armas de fogo (64,8%). A maior parte dos integrantes da entidade é contra a pena de morte (79,9%) e a prisão de mulheres que interrompem a gravidez (82,1%).

Já a descriminalização do uso de drogas é rechaçada por 66,9%. Há ainda os temas que polarizam os membros do MP. Para 43,3% dos procuradores e promotores, as empresas e negócios do governo deveriam ser privatizados, enquanto 42,6% discordam. A redução da maioridade penal também divide opiniões: 39,5% concordam e 55,3% discordam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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