Domingo, 03 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2023
Por meio de suas redes sociais a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ironizou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que revelou que o governo de Jair Bolsonaro tentou trazer ao Brasil, ilegalmente, diversas joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões. As peças seriam um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial.
Foram trazidos anel, colar, relógio e brincos de diamantes. Porém, as joias acabaram aprendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Elas estavam na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia.
No Instagram, Michelle escreveu: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória.”
Conforme informações do Estadão, Albuquerque foi à alfândega quando soube da apreensão das joias e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Um dos argumentos usados pelo então ministro foi de que tratava-se de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.
No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.
O governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para reaver os objetos, realizada a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro também entrou em campo e chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal, solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Outro pacote
Um dos supostos presentes enviados pelo governo da Arábia Saudita por intermédio de Albuquerque foi entregue para compor o acervo pessoal de Jair Bolsonaro em novembro do ano passado, mostra recibo oficial.
Esse segundo pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard e supostamente destinados a Bolsonaro, estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva e não foi interceptado pela Receita.
Publicamente, não há estimativa ou avaliação de valores desse outro lote de joias.