Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2020
Mandetta durante coletiva nesta segunda-feira.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilO ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, concedeu coletiva, nesta segunda-feira (6), em meio à crise do novo coronavírus, em que, segundo informações que circularam durante o dia, culminaria na sua saída. Notícias sobre um ato oficial de exoneração de Mandetta que estaria sendo preparado no Palácio do Planalto chegaram a ser divulgadas. Mandetta, no entanto, após reunião do presidente Jair Bolsonaro com todo o ministério, disse em coletiva que fica. E voltou a afirmar que “médico não abandona paciente”.
As informações que correram nesta segunda-feira diziam que a exoneração de Mandetta havia sido confirmada por dois auxiliares do presidente da República, e que o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania, seria o mais cotado para substituí-lo. Ele chegou a almoçar com Bolsonaro e os quatro ministros que despacharam do Palácio do Planalto nesta segunda, Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Mandetta foi acusado por Bolsonaro de falta de humildade, em entrevista na semana passada, e contrariou o presidente ao defender o isolamento e o distanciamento social para combater a disseminação da Covid-19.
No domingo, Bolsonaro havia dito, sem citar nomes, que “algumas pessoas” do seu governo “de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos” e que ele não teria “medo nem pavor” de usar a caneta contra eles.
Coletiva
Durante a coletiva, Mandetta fez largos elogios à equipe do Ministério da Saúde, dizendo ser apenas um porta-voz. Mas também falou sobre o momento, sobre a crise e críticas, que, segundo ele, levou muitos a inclusive limpar gavetas, inclusive as dele. Mandetta afirmou, enfim, que permanece, pois “médico não abandona paciente”, e que espera que de agora em diante haja “paz para poder conduzir” o trabalho que segue.
As questões logísticas também foram lembradas. “Estamos vendo as compras da China, a questão logística, talvez tenhamos que buscar”, relatou.
O ministro falou ainda das medidas de isolamento, que considerou primitivas, mas necessárias. “Momento é de distanciamento social. Isso não é quarentena, não é lockdown, isso seria muito mais duro”, afirmou.
Mandetta também falou sobre a possibilidade de saída de casa para exercícios, como o próprio secretário João Gabbardo dos Reis fez durante o final da semana, e acabou sendo vítima de críticas. “Ele é ultramaratonista, eu autorizei, o que não pode é aglomerar”, concluiu.
Depois, comentou a flexibilização do isolamento, anunciada mais cedo pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, que voltou a afirmar que era algo já programado.
Gabbardo também reforçou que há casos diferentes em todo o País e que os parâmetros irão ajudar os gestores a tomar medidas e decisões com segurança.
“Vamos fazer pela ciência. Ciência, disciplina, planejamento, foco”, finalizou Mandetta.