Quarta-feira, 20 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2025
Pesquisa mostra a popularidade crescente de interações digitais personalizadas entre homens solteiros.
Foto: FreepikO Brasil já conta com mais de 81 milhões de solteiros, superando o número de casados, segundo dados do IBGE. A tendência também se reflete no estilo de vida: 11,8 milhões de brasileiros vivem sozinhos, um aumento de 30% em dez anos.
Embora não existam estatísticas oficiais sobre quantos solteiros recorrem a serviços digitais para se relacionar, empresas do setor têm feito levantamentos internos. A VibX, por exemplo, analisou o comportamento do público masculino e constatou que uma parcela expressiva de homens, especialmente entre 25 e 40 anos, tem buscado nas plataformas digitais não apenas entretenimento, mas também experiências personalizadas de interação, afeto e companhia.
Bots, canais privados e conteúdos sob demanda estão no centro desse movimento, oferecendo aos usuários liberdade, anonimato e menos pressão social em comparação aos relacionamentos convencionais.
Pesquisas de mercado reforçam essa mudança. Um levantamento da consultoria Timelens mostra que 75% dos assinantes de plataformas adultas são homens, com predominância na faixa entre 18 e 34 anos. Também foi identificado que plataformas mais conceituadas concentram 99% das buscas por conteúdo adulto premium no país, registrando crescimento de 158% desde 2020.
A análise interna da VibX indica ainda que muitos desses homens se sentem mais à vontade em interações virtuais do que em encontros presenciais. Entre as razões, estão o controle sobre o momento de interagir, a possibilidade de personalização das experiências e a ausência de julgamentos imediatos.
“A tecnologia abriu caminhos para que o solteiro moderno possa se conectar, se divertir e até expressar sua intimidade sem depender de vínculos convencionais”, afirma Fernando Werneck, CEO da VibX.
O estudo também sugere que a expansão de aplicativos e serviços digitais tem impulsionado um estilo de vida mais individualista, mas não necessariamente solitário, marcado pelo consumo de experiências sob medida. Um dos exemplos é o crescimento de relacionamentos virtuais com bots e inteligências artificiais. Aplicativos como o Replika, voltados para criar companhias digitais, já somam mais de 10 milhões de usuários em todo o mundo, em sua maioria homens jovens.
Segundo Werneck, essa transformação tem alterado a forma como os solteiros lidam com o tempo e com a própria liberdade.
“Hoje, estar solteiro não significa solidão. Significa poder escolher quando, como e com quem interagir, inclusive no ambiente digital. É um movimento que está redefinindo o que significa se conectar”, conclui.
(Com O Globo)