Segunda-feira, 28 de julho de 2025

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Brasil Não há saída agora para o tarifaço porque Trump se vê no drama de Bolsonaro, diz diretor da Eurasia

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“O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma. (Foto: Reprodução/Truth Social)

Na avaliação do diretor para as Américas da consultoria Eurasia, Christopher Garman, o Brasil não deve conseguir avançar nas negociações com os Estados Unidos no curto prazo e as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros vão entrar em vigor. “Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro.“

Garman diz que o melhor cenário para o Brasil é receber as tarifas e não retaliar. Ao longo do tempo, avalia, pode ser que as empresas e o governo brasileiro consigam algum espaço para aliviar o cenário.

“O impacto das tarifas globais tende a chegar ao bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores”, afirma.

“Talvez, dentro de alguns meses, podemos ter um ambiente um pouco mais construtivo. O desafio é que existe um risco razoável de uma escalada nesse curto prazo”, acrescenta.

A seguir os principais trechos da entrevista

Tem algum caminho para o Brasil sair desse impasse com os Estados Unidos?

Não estou enxergando um caminho no curto prazo para poder reduzir essas tarifas. Nós estamos num embate, e o problema é que o presidente Trump se enxerga no drama do ex-presidente Jair Bolsonaro. E se existe um país em que a política nacional se espelha na política americana, é o Brasil. Nós precisamos lembrar que o Trump se sentiu vítima de uma caça às bruxas de medidas judiciais. Ele se sentiu censurado. Ele enxerga o movimento progressista Democrata como uma ameaça à democracia. Então, quando ele vê o drama do entorno da família Bolsonaro e as queixas da direita brasileira, o Trump encontra respaldo. O movimento Maga se identifica exatamente com essas pautas. Então, tanto o julgamento do ex-presidente quanto a regulação das mídias sociais são os drivers de uma tarifa tão proibitiva.

E a proximidade do Brasil com a China?
É um fator mais secundário do que esses outros agora. Essa decisão (das tarifas) não passou pelo crivo do corpo técnico. É um tema quase pessoal para o presidente. E o problema é que, quando o Judiciário e o Supremo Tribunal Federal reagem à imposição de tarifas, com medidas cautelares contra o ex-presidente de restrição de movimento, proibição de falar com o filhos, com o congelamento das contas bancárias do Eduardo Bolsonaro, o governo Trump enxerga isso como uma escalada. Não distingue ações do Executivo com as do Judiciário. Enxerga como um regime.

Mesmo que hoje exista uma postura do Palácio do Planalto de não querer escalar – o governo está sofrendo muita pressão do privado para evitar uma escalada -, as medidas do Supremo, na prática, são vistas como uma escalada. Nesse contexto, no curto prazo, eu não enxergo um caminho para uma negociação e redução dessas tarifas.

E qual seria o melhor cenário, então?

Hoje, nós estamos em um cenário em que o melhor que se pode esperar é que as tarifas sejam implementadas, o governo Lula não reaja e não escale com medidas retaliatórias contra as prováveis sanções que devem chegar contra ministros do Supremo Tribunal Federal. E aí espera-se que possam excluir alguns itens dos 50% de tarifas por razões econômicas domésticas nos Estados Unidos. Os consumidores são sensíveis com alguns itens. E tem interesse dos Estados Unidos de, talvez, não taxar itens como petróleo e minerais críticos.

Há espaço para que haja uma exclusão de certos limites de aplicabilidade das tarifas. Isso pode ocorrer ao longo desses próximos meses, mas, para que ocorra, é necessário que o Brasil não venha a retaliar com novas medidas. Existe um caminho para ter um certo alívio parcial da implementação dessas tarifas. Eu diria que, ao longo do tempo, as condições tendem a ficar mais favoráveis.

Por quê?

Porque o impacto das tarifas globais tende a chegar no bolso do consumidor através de mais inflação. Portanto, a Casa Branca pode ficar mais passível de aceitar tarifas menores. Dois, o instrumento utilizado para a implementação das tarifas pode não se sustentar nos tribunais. Se esse instrumento cair, as tarifas vão ter de ser aplicadas via uma investigação da Seção 301, mas aí dá para se ter uma negociação mais econômica. Talvez, dentro de alguns meses, podemos ter um ambiente um pouco mais construtivo. O desafio é que existe um risco razoável de uma escalada nesse curto prazo. As informações são do portal Estadão.

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