Domingo, 09 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2019
A conclusão de um acordo preliminar entre China e Estados Unidos, destacam os especialistas, tem potencial para reduzir os temores de uma desaceleração da atividade econômica global. Eles também destacam que, uma vez que o avanço nas negociações comercias seja transformado em uma trégua entre os dois países, o Brasil terá um ambiente favorável para aumentar seu canal de comércio com o exterior.
Lia Valls, professora de Economia e Relações Internacionais da Uerj, destaca que a aproximação entre Pequim e Washington contribui para retirar o tom de incerteza que predomina no cenário global desde o ano passado.
“O que vimos hoje é um sinal positivo, independentemente do teor do acordo. É positivo porque a aproximação entre os dois países elimina grande parte das incertezas geradas por conta da guerra comercial.”
Ex-secretário de Comércio Exterior e sócio da consultoria Barral M Jorge, Welber Barral destaca que a guerra comercial atrapalhou a expansão de economias e o comércio internacional:
“Estamos falando dos dois maiores mercados do mundo. A guerra comercial causa danos para os dois e para o mundo todo. Estes conflitos tarifários explicam por que em 2019 houve queda no crescimento de vários países. O comércio internacional também caiu, em grande parte refletindo a guerra comercial.”
Em relação ao Brasil, Barral relembra que o país não foi beneficiado durante o período em que Pequim e Washington viviam uma escalada nas tarifações. Ele destaca, porém, que em um cenário de acordo entre ambos, o Brasil pode ter ganhos.
“Durante a guerra comercial, o Brasil aumentou um pouco suas exportações de soja para a China, mas foi um movimento sem grandes efeitos. Com um acordo entre China e Estados Unidos, vai haver mais estabilidade no comércio internacional, permitindo que o Brasil aumente seus canais de exportação”, explica.
Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ficou feliz neste sábado (12) por ter fechado com a China o “melhor e maior acordo” já feito para os agricultores americanos, após o anúncio de um pacto parcial com Pequim, que ainda precisa ser detalhado e assinado.
“O acordo que acabei de fechar com a China é de longe o melhor e maior acordo já feito para nossos maravilhosos agricultores patriotas na história de nosso país”, tuitou o presidente americano.
“Outros aspectos do acordo também são fantásticos – tecnologia, setor financeiro, US$ 16.000 a US$ 20.000 em aviões da Boeing, etc”, acrescentou, sem especificar que tipo de pedidos, recentes ou antigos, estava se referindo.