“As características do sismo não reúnem as condições necessárias para gerar um tsunami nas costas do Chile”, declarou em um comunicado o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha do Chile.
O terremoto teve uma magnitude de 7 graus na escala Richter e seu epicentro se localizou no mar, ao sudoeste de Pisco, a uma profundidade de 32 quilômetros, segundo o Centro Sismológico da Universidad de Chile.
Por sua parte, o Onemi (Escritório Nacional de Emergência) indicou que o tremor foi sentido em diversas cidades das regiões chilenas de Arica y Parinacota e Tarapacá.
“Não foram relatados feridos, alteração em serviços básicos ou danos de infraestrutura causados por sismo”, assegurou o Onemi.
País receberá o Papa
Em sua sexta visita à América Latina, onde já foi a Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Cuba, México e Colômbia, o papa Francisco desembarcará nesta segunda (15) no Chile e seguirá dia 18 para o Peru, onde ficará até dia 21.
Entre as várias atividades tradicionais, como encontros com chefes de Estado e missas para multidões, há ao menos duas que são inusitadas.
No Chile, o papa se encontrará dia 17, na cidade de Temuco, com representantes da etnia mapuche. A escolha chama a atenção porque ativistas desse grupo indígena estão em pé de guerra com o Estado tanto no Chile como na Argentina, realizando atos pacíficos e, em alguns casos, cometendo atentados para reivindicar soberania ou terras que julgam lhes terem sido roubadas no século 19.
Já no Peru, Francisco também vai se reunir com representantes indígenas —entre eles os da Nación Q’ero, considerados descendentes dos incas— no dia 19, em Puerto Maldonado.
Nenhuma dessas comunidades é católica -a maior parte da população indígena do continente foi dizimada na colonização, quando a Igreja Católica atuou ao lado de espanhóis e portugueses.
Segundo o bispo peruano David Martínez Aguirre, que acompanhará o papa na visita, a mensagem que o pontífice quer passar é que os indígenas “são minorias que devem ser levadas em conta” pois podem trazer “outras direções à humanidade”.
Francisco também fará referência ao abuso da exploração de recursos naturais na região Amazônica, defendendo que aqueles que vivem da floresta “não devem apostar num benefício imediato”.
A ida a Puerto Maldonado é um primeiro passo para o planejamento de um Sínodo de Povos Amazônicos, que o pontífice quer realizar, ainda sem data certa, em localidades da região que se estende por Colômbia, Brasil e Peru.
Além da defesa dos recursos naturais, a Igreja se preocupa com a expansão das igrejas evangélicas na região.
No dia seguinte a seu desembarque em Santiago, o papa se encontrará, no palácio de La Moneda, com a presidente Michelle Bachelet.
Há expectativa de que ele cite os reiterados pedidos da Bolívia por um acesso ao mar. Na segunda metade do século 19, depois de uma guerra com o Chile da qual o Peru também participou, a Bolívia perdeu 400 km de costa e 120 mil km de território.
Os chilenos dizem que não há volta atrás nessa questão, uma vez que os dois países assinaram um tratado em 1904 estabelecendo a fronteira como é hoje. Morales, porém, usa a saída ao mar de bandeira e recurso eleitoral.
Há duas semanas, o papa recebeu o presidente boliviano em Roma e se mostrou solidário à reivindicação.