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Economia O mercado de trabalho brasileiro iniciou o ano com fechamento de vagas

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Dados do Instituto mostram também que o desemprego de "longa duração" teve recuo no País. (Foto: Reprodução)

O mercado de trabalho brasileiro iniciou o ano com fechamento de vagas. A taxa de desemprego no País subiu de 7,9% no trimestre terminado em dezembro de 2022 para 8,8% no trimestre até março de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre terminado em fevereiro, a taxa de desocupação era de 8,6%.

Em apenas um trimestre, 1,545 milhão de postos de trabalho foram perdidos, e mais 860 mil pessoas passaram a buscar uma vaga.

Apesar da piora, a taxa ainda foi a mais baixa para esse período do ano desde março de 2015, quando estava em 8%. O avanço no primeiro trimestre mostra um retorno do mercado de trabalho ao padrão de sazonalidade, passado o período de excepcionalidade dos anos de pandemia de covid, mas não é possível descartar uma eventual influência da desaceleração da atividade econômica, segundo o IBGE.

“A gente sabe que o mercado de trabalho responde aos estímulos e dinâmica de indicadores econômicos, especialmente ligados à produção de bens e serviços. Mas não há aqui como diferenciar o que é componente sazonal do que é, em princípio, dado a uma eventual retração de atividade econômica”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O resultado de março “consolidou o processo de arrefecimento do mercado de trabalho, com ligeira ampliação da taxa de desocupação e perda de dinamismo da população ocupada”, sob influência das demissões de vagas temporárias de fim de ano, corroborou Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria. “Para 2023, a Tendências estima avanço modesto da população ocupada”, escreveu Assis.

Já o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, avalia que a perda de força da geração de emprego aconteça de forma lenta ao longo do ano. “Nos parece um movimento bem suave, e não uma reversão de tendência como observada em outros países, com aumento acentuado da taxa de desemprego”, afirmou.

Setores

Sete das dez atividades econômicas registraram demissões no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2022: indústria (-245 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-415 mil), construção (-215 mil), outros serviços (-231 mil), comércio (-294 mil), serviços domésticos (-134 mil) e agricultura (-201 mil). Houve geração de vagas apenas em transporte e armazenagem (34 mil), alojamento e alimentação (55 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (81 mil).

A taxa de desocupação poderia ter sido maior não fosse o aumento na inatividade no primeiro trimestre. O País alcançou 66,972 milhões de pessoas em idade de trabalhar na inatividade, ou seja, nem tinham uma ocupação nem procuravam uma vaga, o equivalente a 1,069 milhão de brasileiros a mais nessa situação em apenas um trimestre.

“A inatividade não aumentou em função de um crescimento de um desalento ou da força potencial”, observou Beringuy. “Tudo leva a crer que esse aumento da população fora da força está vindo daquelas pessoas que não querem trabalhar”, acrescentou.

A coordenadora do IBGE reconhece que o patamar de inativos está muito acima do pré-pandemia, contrariando o padrão de estabilidade que havia na série histórica pré-covid.

“Essa população de maneira geral tem estabilidade, porque tem a ver com comportamento demográfico, mais jovens e mais idosos”, lembrou.

Segundo Beringuy, o patamar de inatividade superior ao pré-pandemia é uma das grandes questões atuais no mercado de trabalho no Brasil e em outros países.

“A gente ainda não tem elementos, neste momento pelo menos, para atribuir quais fatores podem estar interferindo (impedindo) nessa queda na inatividade, a ponto de ela retornar aos níveis pré-pandemia”, disse Adriana. “Vamos tentar trazer no dado trimestral, se está crescendo mais por grupo de idade, cor ou raça.”

Ela lembra que o total da população em situação de desalento – que não trabalha nem procura uma vaga por acreditar que não encontraria uma oportunidade, por exemplo – somou 3,871 milhões de pessoas no primeiro trimestre, patamar inferior ao pré-pandemia. No primeiro trimestre de 2020, havia 4,762 milhões de desalentados, 891 mil pessoas a mais que atualmente.

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