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Geral O negócio multimilionário dos crimes ambientais

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A Interpol estima que organizações criminosas faturem centenas de bilhões de dólares com a violação de leis ambientais em todo o mundo. (Foto: Reprodução)

A Interpol (a polícia internacional) estima que organizações criminosas faturem centenas de bilhões de dólares com a violação de leis ambientais em todo o mundo. Quanto mais escassos são os recursos naturais, mais brutal é o negócio.

“A brutalidade e o lucro em torno do crime ambiental são difíceis de imaginar. Áreas inteiras de mineração ilegal, comércio de madeira ou descarte de resíduos foram tomadas por cartéis”, diz Sasa Braun, que trabalha há 28 anos como investigador. Há seis anos ele representa a Alemanha no setor de combate a crimes ambientais da Interpol.

Braun tenta chamar a atenção das autoridades alemãs para o tema com relatos, por exemplo, sobre as aldeias no Peru que resistiram ao desmatamento e foram destruídas por cartéis, ou sobre frotas de pesca ilegal que os marinheiros jogam ao mar para não ter que pagar por elas. E frisando que produtos como esses também vêm parar na Alemanha.

Existem muitas variedades de crimes ambientais: o descarte ilegal de substâncias no ar, na água ou no solo, o comércio ilegal de animais silvestres, a extração ilegal de madeira e o descarte ilegal de resíduos. Nenhuma área da natureza parece estar segura.

Para as organizações criminosas internacionais significa, acima de tudo, um negócio lucrativo. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente de 2016, só o mercado ilegal de resíduos tem margens de lucro de 10 a 12 bilhões de dólares por ano. Isso porque se economiza nos custos de descarte adequado, já que as licenças não são pagas. Um negócio que se tornou mais interessante para os criminosos do que o lucrativo tráfico de drogas.

A madeira é o novo ouro

Os lucros da extração ilegal de madeira também cresceram. A madeira tropical, usada na construção de iates, por exemplo, é rara, e a demanda é enorme. Katharina Lang, gerente de projetos para crimes florestais do WWF (World Wide Fund for Nature) na Alemanha, critica o fato de que o consumidor não consegue ter certeza se a madeira do produto adquirido foi derrubada ilegalmente ou não.

De acordo com um estudo de 2021 do VDI Technology Center, a extração ilegal de madeira representa até 30% das atividades globais no setor florestal. Nos países produtores de madeira tropical, chega a 90%.

A lei alemã sobre o comércio de madeira, que prevê um certificado de origem, tinha como objetivo acabar com esse problema. Porém, muitas vezes, esse certificado também é fraudado. O WWF comprovou isso diversas vezes. A suposta “pechincha” acaba sendo restos de madeira de qualidade inferior, mas declarada como madeira Bangkirai do Vietnã.

Por isso, o WWF da Alemanha está impulsionando o método de assinatura isotópica. É um tipo de impressão digital genética da madeira que fornece informações importantes às autoridades.

Trabalhar em parceria com ONGs é muito importante para o investigador da Interpol Sasa Braun. Porém, em muitos países, esse trabalho não é nada bem-visto. Principalmente naqueles em que a corrupção domina diversas estâncias e cujas autoridades estão envolvidas em redes criminosas.

Terceiro maior crime do mundo

De acordo com estimativas da Europol, o crime ambiental gera anualmente entre 110 bilhões e 280 bilhões de dólares em lucros ilícitos. Atualmente, o crime ambiental é o terceiro maior crime mundial – depois do tráfico de drogas e da pirataria de produtos.

A grande variação nas estimativas já mostra que o número de casos não notificados é provavelmente muito alto. Afinal, ao contrário de outros crimes, a natureza não pode denunciar.

“Isso certamente tem a ver com o fato de falarmos de crime de controle quando falamos de crime ambiental. Significa que os casos de crime ambiental muitas vezes não vêm à tona. Eles só são descobertos se os controles forem realizados de forma consciente e direcionada”, explica Moritz Klose, diretor do programa Vida Selvagem do WWF.

É por isso que, até agora, o crime organizado tem certeza de que seus crimes ambientais raramente serão descobertos e, mesmo se forem, as penalidades serão brandas. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle.

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