Mundo O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, critica a União Europeia por ser “dura com o Reino Unido” e deixa uma ameaça no ar
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a UE (União Europeia) de ser “dura com o Reino Unido” no processo do Brexit, como é chamada a saída do Reino Unido do bloco econômico europeu.
“É uma pena que a União Europeia esteja a ser tão dura com Reino Unido e com o ‘Brexit’”, escreveu Donald Trump, no Twitter, horas depois de a UE e o Reino Unido terem acordado uma nova data limite para o Brexit, com os 27 países do bloco a concederem a Londres uma extensão até 31 de outubro, que a primeira-ministra britânica aceitou.
O presidente dos Estados Unidos criticou ainda a postura da UE relativamente ao comércio com os Estados Unidos, apelidando-a de “importante parceiro comercial”. Essa postura “vai mudar”, sublinhou. “Por vezes na vida, é preciso deixar as pessoas respirarem, antes de as atacar”, ameaçou Donald Trump.
No início da semana, Donald Trump já tinha criticado a União Europeia, dizendo que esta “abusa dos EUA há muito tempo, no comércio”.
Trump acrescentou que “isso tem de parar em breve”, voltando a fazer a ameaça de introduzir taxas adicionais aos produtos oriundos do espaço comunitário europeu, como tem acontecido nas relações comerciais entre a China e os EUA.
Em julho de 2018, a UE e os Estados Unidos acordaram uma trégua nas questões comerciais, após meses de crescentes tensões provocadas pela intenção de Washington de impor tarifas alfandegárias ao aço e ao alumínio. Nessa trégua, as duas potências comprometeram-se a manter conversações, preservando a situação de “taxas nulas”.
Esforços
O novo adiamento do Brexit até 31 de outubro foi decidido depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, se opôs a esforços da cúpula para dar ao Reino Unido uma extensão de mais um ano.
“Uma prorrogação do Brexit até 31 de outubro é sensível, já que dá tempo para o Reino Unido finalmente escolher seu caminho”, disse o premiê de Malta, Joseph Muscat, no Twitter, acrescentando que uma cúpula em junho permitirá aos líderes da UE “fazer um balanço da situação”.
O acordo dá à May mais do que os três meses que ela havia pedido para conquistar o apoio de uma maioria parlamentar para o acordo de retirada que negociou com a UE no ano passado.
Mas, a pressão de Macron por um Brexit em junho e a forte oposição à preferência de outros líderes por uma prorrogação muito mais longa que poderia aumentar as chances do Reino Unido mudar de opinião e permanecer no bloco, fez com que a reunião terminasse com o meio-termo de outubro.
O dia 31 de outubro também corresponde ao final do mandato de cinco anos da atual Comissão Europeia.
Os líderes irão se reunir novamente em junho, disseram diplomatas da UE, para avaliar a situação. O Reino Unido pode já ter deixado o bloco até lá, se May conseguir formar uma coalizão de apoio a seu acordo com o oposicionista Partido Trabalhista – embora não haja nenhum sinal de resolução por enquanto.
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