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Brasil Operadores de propina do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine pagaram ao menos 10 milhões de reais por meio de cheques descontados no Banco do Brasil

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A Polícia Federal prendeu os irmãos Vieira na última quinta-feira. (Foto: Arquivo)

Os irmãos André Gustavo e Antônio Carlos Vieira, apontados pela Operação Lava-Jato como operadores de propina do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, pagaram ao menos R$ 10 milhões por meio de cheques descontados em agências do Banco do Brasil. Na maioria dos casos, os beneficiários não foram identificados. Desse total, R$ 8,9 milhões saíram das contas da Arcos Propaganda, e o restante, R$ 1,6 milhão, de contas pessoais de Antônio Carlos, segundo a investigação.

André Gustavo recebeu vultosas quantias em espécie. Em um endereço em Recife (PE), obteve R$ 3,3 milhões em notas entregues por um supermercado e por uma transportadora de valores, que tiveram a movimentação registrada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Advogado dos irmãos, Ademar Rigueira Neto disse que a Arcos é uma das maiores agências do Nordeste e faz muitos eventos que exigem pagamentos em espécie.

A grande soma de dinheiro movimentada em espécie está sendo investigada pelo Ministério Público Federal. Dono de uma das maiores agências de propaganda de Pernambuco, André Gustavo apareceu também na delação do Grupo JBS, citado como operador de senadores do PMDB.

A Lava-Jato também tenta desvendar movimentações suspeitas de R$ 6 milhões em uma agência do Bradesco, em Araguaína (TO), entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013.

Serviços a órgãos federais

Desde o início dos anos 2000, a Arcos presta serviços para órgãos federais, como Furnas, BNDES e Petrobras. Apenas com essas três empresas os contratos chegaram a R$ 209 milhões entre 2005 e 2017. Somente o contrato com Furnas soma R$ 118 milhões. A direção da empresa informou, em nota, que “aguarda o encerramento das investigações para que sejam tomadas medidas eventualmente necessárias”.

Os contratos assinados com o BNDES somaram R$ 90 milhões entre 2005 e 2009 e foram alvo de questionamento por parte do deputado André Moura (PSC-SE) durante a CPI do BNDES. Ele alertou para a proximidade entre o publicitário e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. A direção do BNDES informou ontem que o contrato foi celebrado e executado “durante as gestões dos presidentes Guido Mantega, Demian Fiocca e Luciano Coutinho”.

A Arcos recebeu ainda cerca de R$ 1 milhão da Petrobras, entre 2006 e 2013, pela realização de eventos como o festival Cine-PE e Abril Pro Rock. Investigada por suspeita de corrupção nas obras da Copa do Mundo de 2014, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) também é uma das principais clientes da agência: em 2014 assinou contrato de publicidade anual de R$ 30 milhões, ainda em vigor. Em nota, a estatal informou que está concluindo um novo edital de licitação e disse que está “à disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos sobre o assunto”.

Propina por empréstimo

Os irmãos foram presos na quinta-feira acusados de intermediar repasse de R$ 3 milhões a Bendine. O empresário Marcelo Odebrecht disse ter sido achacado por André Gustavo.

O taxista Marcelo Marques Casimiro — o mesmo que recebeu as três remessas de propina da Odebrecht — também aparece como depositante de R$ 400 mil na agência de Araguaína, em junho de 2014. Ao depor à PF, o taxista disse que desconhecia o conteúdo dos pacotes, mas admitiu ter dito senhas para recebê-los: “lagoa, oceano e rio”.

No depoimento prestado à PF, Antônio Carlos disse que o dinheiro de Araguaína (TO) é proveniente da compra e venda de gado de sua fazenda na cidade.

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