Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2020
Brasileiros que moram em Londres hesitam entre ficar e dizer adeus ao bloco europeu e muitos já programam mudar de país. Este sábado (1) marcou o primeiro dia do Reino Unido fora da União Europeia. As portas vão se fechar para quem é europeu e até hoje podia circular livremente. Isso inclui quem nasceu no Brasil e tem nacionalidade de algum país da União Europeia, como Portugal e Itália.
Ainda existe um período de transição de um ano para que novas regras sejam definidas, seja sobre o livre comércio ou circulação de pessoas entre o Reino Unido e a União Europeia. Imigrantes como o brasileiro Andrews Oliveira relatam planos de deixar o Reino Unido. Esse fenômeno é chamado em Londres de Brexodus, o êxodo provocado pelo Brexit. Mas também muita gente correu para tirar o passaporte britânico e está decidido a encarar o Brexit.
A saída não só de pessoas, mas de empresas – e empregos – também. Não chega a ser uma debandada. Mas aumentou em 47% o número de cidadãos europeus que saíram do Reino Unido.
A saída do Reino Unido da União Europeia foi bastante comemorada por alguns britânicos, numa festa com cara de ano novo – com contagem regressiva e tudo.
Brexit
O Reino Unido já está oficialmente fora da União Europeia, após 47 anos. Às 23 horas de Londres (20 horas em Brasília) passou a valer o Brexit, aprovado em um plebiscito há mais de três anos e meio, em 23 de junho de 2016. Foram necessários 1.317 dias de espera, dois adiamentos, três primeiros-ministros e uma série de acordos rejeitados pelo Parlamento britânico até que a saída finalmente se concretizasse.
Já durante a tarde, símbolos do Reino Unido foram retirados de órgãos da União Europeia, como o Parlamento e o Conselho Europeu, em Bruxelas, onde as bandeiras foram removidas horas antes da saída oficial (veja vídeo abaixo). Nesta sexta, o Reino Unido se tornou o primeiro país a deixar a UE desde sua criação.
Em um pronunciamento uma hora antes da saída oficial, o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que o Brexit “não é um fim, mas um começo” e “um momento de renovação e mudança nacional”.
“Este é o momento quando começamos a nos unir e passamos de fase”, disse ainda, em tom otimista. “Este é o início de uma nova era na qual não aceitamos mais que as chances de sua vida – as chances da vida da sua família – dependam de que parte do país você cresceu”.
Segundo Johnson, é o momento de “usar esses novos poderes, essa soberania readquirida para oferecer as mudanças pelas quais as pessoas votaram”. “Seja controlando a imigração ou criando portos livres, libertando nossa indústria pesqueira ou fazendo tratados de livre comércio, ou simplesmente criando nossas leis e regras para o benefício do povo deste país”.
O primeiro-ministro disse ainda que o bloco europeu se desenvolveu de uma forma que não serve mais para o Reino Unido, mas que a intenção é manter uma boa relação, mesmo fora da UE. “Queremos que este seja o começo de uma nova era de cooperação amigável entre a UE e um Reino Unido energético, um Reino Unido que seja simultaneamente um grande poder europeu e verdadeiramente global em nosso alcance e nossas ambições”, afirmou.
No Dia do Brexit, britânicos saíram às ruas para comemorar (ou lamentar) a separação e lotaram a Parliament Square, em Londres, onde se concentrou a festa do movimento Leave Means Leave. Em muitos pubs, com decoração lotada de bandeiras brancas, azuis e vermelhas do Reino Unido, grandes grupos também celebraram.