Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Dona Eva Sopher deixa exemplos de dedicação, persistência e grandes realizações. A maior foi a restauração do Teatro São Pedro, cuja direção assumiu em 1975. O prédio, finalizado em 1858, estava tomado por cupins e havia o perigo de desabamentos. Sem vacilar e contrariando algumas opiniões, tomou a decisão de fechá-lo e começar as obras.
Visita que decidiu
Fui testemunha de momento decisivo. Num final de tarde de junho de 1981, Dona Eva telefonou para a Redação do Correio do Povo. Junto com outros jornalistas, convidou-me para acompanhar, às 8 horas da manhã do dia seguinte, a visita do ministro da Educação e da Cultura, Rubem Ludwig, ao Teatro. No horário marcado, lá estávamos. A agenda do ministro previa a permanência por uma hora.
Sem pressa
Quando faltavam 10 minutos para as 9 horas, um assessor do ministro lembrou que o prazo estava se esgotando e havia outro compromisso a seguir. Ele não gostou e disse: “Sobre agenda e horários eu decido”. Colhendo informações de engenheiros e arquitetos, continuou visitando camarins, corredores, plateia, andar por andar do prédio que estava sem energia elétrica e completamente descascado. Só se viam tijolos e muita caliça.
Quando percebemos, o relógio se aproximava das 10h30min. O ministro Ludwig ouviu atentamente os relatos de Dona Eva e, ao final, o apelo: faltava dinheiro para prosseguir.
Veio, então, o que todos esperavam: o ministro disse que, no dia seguinte, iria ao encontro do presidente João Figueiredo, em Brasília, para pedir a liberação. Promessa feita, promessa cumprida. Um mês depois, começaram a chegar os recursos para a conclusão do Teatro, que foi reinaugurado em 1984.
Reconhecimento
Quem passa pela Praça da Matriz, em Porto Alegre, deve reverenciar a obstinação e a perseverança de Dona Eva, que liderou o retorno do Teatro São Pedro ao convívio do público.
Para lembrar: Dona Eva veio da Alemanha, escapando dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Aqui foi acolhida com a tradicional hospitalidade e retribuiu por meio de grandes realizações.
Pneu fura na arrancada
A previsão do déficit anual do governo federal, feita na primeira semana de janeiro, era de 159 bilhões de reais. O Ministério do Planejamento projeta alteração de dois números: irá a 195 bilhões.
Cofre fechado
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tocou no ponto franco de muitos parlamentares: ameaça que não haverá dinheiro em caixa se a reforma da Previdência Social não for aprovada. Em ano eleitoral é um risco para a reeleição.
Surpreendente
Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal do Tribunal Superior Eleitoral, declarou ontem ao Jornal do Brasil que “mesmo preso, Lula poderá concorrer à Presidência”.
Manobra de entristecer
Vários governadores, que administram com o caixa quebrado, acompanham o que acontece em Minas Gerais: a Secretaria da Fazenda do Estado não repassa às prefeituras o percentual de 25 por cento do ICMS, como manda a lei. A conta se aproxima de 5 bilhões de reais.
Para alguns, pode ser o coelho da cartola que tanto buscam.
Voz aos de fora
O Parlamento da Itália é o único no mundo com representantes de cidadãos residentes em outros países. Considerando o número de brasileiros que se transferem para o exterior, a prática poderá chegar a Brasília.
Ex-Cidade Maravilhosa
Começa o espetáculo do Rio de Janeiro: na passarela, os desfiles. Nos túneis, nas avenidas e nos congestionamentos, os assaltos. O tema enredo é quase o mesmo: salve-se quem puder.
Na terra do déficit
O Rei Momo de Porto Alegre perdeu o receio de receber a chave da cidade, como é tradição. Garantiram-lhe que o cofre da Prefeitura está vazio.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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