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Mundo Peso desaba, Argentina eleva os juros e terá de fazer aperto fiscal maior

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Mauricio Macri pediu adiantamento de parcelas do empréstimo do FMI. (Foto: Alan Santos/PR)

O aumento da taxa de juros, de 45% para 60%, pelo Banco Central da Argentina e a desvalorização brusca do peso nos últimos dias estão levando economistas a revisar as suas projeções de crescimento e inflação para este ano.

O governo argentino, afirmam, está comunicando mal os ajustes que vem fazendo para atingir as metas fiscais previstas no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que eleva a incerteza de investidores e reforça a corrida ao dólar. Falta planejamento ou, ao menos, sinalização de ajustes sendo feitos.

Especialistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico justificam suas projeções. Edward Glossop, economista da Capital Economics, afirma que a contração esperada de 0,5% do PIB em 2018 deve ser maior e chegar a 1,5%. A consultoria, que previa inflação de 35% no ano, agora trabalha com 40%. A dívida, prevista para atingir 65% do PIB neste ano, deve chegar a 7 0% do PIB.

O déficit fiscal, diz Glossop, ficará por volta de 5% do PIB neste ano. Para o próximo ano, a meta de déficit primário acertada em junho com o FMI era de 1,3%, mas o próprio ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, reconheceu na quarta-feira que precisará revisar a meta.

Glossop diz que há pouca confiança no governo do presidente Mauricio Macri. Isso porque não ficou claro o que o governo fará para atingir as metas fiscais impostas pelo FMI. “O governo precisa se comunicar melhor com os investidores e a população argentina”, diz.

Alejo Costa, estrategista-chefe do BTG Pactual de Buenos Aires, afirma que o governo está fazendo cortes para atingir as metas fiscais, mas ainda há espaço para mais. “O governo está reduzindo gastos, planejou cortes em gastos correntes e de capital”, diz. “A Argentina é um Estado grande e pode mexer ainda na transferência de recursos federais para as Províncias ou postergar a redução de alguns impostos, como o das exportações.”

Ele afirma que antes de quarta-feira – quando Mauricio Macri pediu adiantamento de parcelas do empréstimo do FMI – o banco de investimentos estimava inflação de 36% e queda de 1% do PIB para este ano.
Atualmente, a projeção é de inflação de 45% e contração da economia de 2%. O déficit primário deste ano é estimado em 2,5%.

Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, diz que, em vez da meta de redução de déficit primário para 1,3% em 2019, seria recomendável esforço redobrado para se tentar chegar a um equilíbrio fiscal já no próximo ano, para reduzir a necessidade de financiamento e mudar as expectativas.

Ramos afirma que a luta para ancorar a moeda e ter apoio do mercado é uma batalha que o Banco Central não pode vencer sozinho. “São necessários cortes de gastos profundos e politicamente sensíveis, mas a alternativa de não fazê-los pode ser mais custosa econômica, política e socialmente.”

Para Marcos Casarin, da Oxford Economics, a grande dor de cabeça da Argentina hoje é a dívida de curto prazo em dólar. Hoje, diz, há dúvidas sobre a liquidez para dar conta dessa dívida. “Não está claro se [o governo] conseguirá rolar a dívida de curto prazo neste ano com o que recebeu do FMI.”

Segundo Casarin, a expectativa do FMI com o programa é que a Argentina possa acessar o mercado novamente para conseguir mais financiamento. “Se a Argentina não conseguir acesso ao mercado de novo, acabou. Sozinho, o FMI não dará conta de tudo”, observa, ao prever inflação de ao menos 40% neste ano e dívida em 90% do PIB.

Mauro Leos, diretor associado da Moody’s, criticou a decisão do Banco Central argentino de aumentar os juros ontem. “A alta da taxa de juros, em combinação com um ajuste mais severo, acentuará e prolongará a recessão”, afirma em nota. “Com isso, a contração econômica muito provavelmente se estenderá pelo próximo ano.”

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https://www.osul.com.br/peso-desaba-argentina-eleva-os-juros-e-tera-de-fazer-aperto-fiscal-maior/ Peso desaba, Argentina eleva os juros e terá de fazer aperto fiscal maior 2018-09-01
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