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Brasil O guru de Jair Bolsonaro faz uma ofensiva para melhorar a imagem do presidenciável no exterior

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A proposta foi feita por Paulo Guedes, principal assessor econômico de Bolsonaro. (Foto: Divulgação)

Após seu protegido ter sido apresentado pela revista The Economist como “um risco para a democracia” e pela Time como um “autocrata amante da ditadura”, o economista Paulo Guedes, guru de Jair Bolsonaro (PSL), deu início a uma operação para amenizar a imagem do presidenciável no exterior.

Só nesta semana, Guedes esteve com investidores canadenses, dirigentes dos bancos americanos Morgan Stanley e Goldman Sachs e representantes das embaixadas da China e da Alemanha.

Guedes, que comandará a economia do País se Bolsonaro for eleito, também falou com a imprensa estrangeira. Concedeu entrevista ao espanhol El Pais e à revista alemã Der Spiegel.

Os aliados do capitão reformado admitem que há forte apreensão no cenário internacional com um eventual governo do candidato do PSL. Guedes foi muito questionado sobre quem é Bolsonaro.

A primeira propaganda produzida pela equipe de Bolsonaro para o rádio subverte tradição das campanhas. “O apelo que faço a você nesta reta final”, diz o candidato já na largada do horário eleitoral, “é: vamos trabalhar ao lado, buscando mais um amigo, mais um eleitor”. Essa narrativa é comum, mas às vésperas do dia de votação.

Quem é Paulo Guedes?

“Privatiza tudo.” Esse é o discurso de Paulo Guedes, o economista liberal e ex-banqueiro que tem sido a tábua de salvação do deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) quando questionado sobre propostas da economia. Em entrevista para a Folha de S.Paulo, Guedes defendeu o deputado e disse que o mercado tem de mudar sua visão sobre o militar. “Por que as pessoas têm medo do Bolsonaro?”, questionou.

“É possível fazer uma aliança de centro-direita, onde em vez de aumentar imposto seja reduzido gasto público? Em vez de criar 150 estatais, como o PT, seja reduzir e privatizar de verdade? Em vez de combater a inflação só com juros na Lua, fazer a parte fiscal com juro baixo?”, disse ao jornal.

Nessa aliança, Guedes avançou no apoio também ao lado mais controverso do deputado. Afirmou que Bolsonaro cometeu excessos (como ao entrar em embate com a deputada Maria do Rosário, do PT), mas que ele tem demonstrado “retidão”. “Ele tem os valores dele: Deus, pátria, família. ‘Ah, mas é a favor da tortura’. Ele é realmente, torturou alguém?”, disse.

Ainda resta a dúvida se o deputado vai mesmo assumir a agenda liberal e privatizante. Mesmo Guedes se esquiva de responder ao ser questionado se Bolsonaro se converteu ao liberalismo. “Tem de perguntar pra ele”, disse.

Para responder em entrevistas o que pretende fazer nessa área, Bolsonaro se exime de responder chamando o nome do economista. Os dois ainda não apareceram juntos e nem mostraram qual é a profundidade dessa relação, suas concordâncias e discordâncias. Em mais de três meses de “namoro”, como diz o deputado sobre sua relação com Guedes, pouco se viu de concreto.

Guedes é economista com PhD pela Universidade de Chicago, onde impera o pensamento liberal econômico. Foi um dos fundadores do banco Pactual e do grupo financeiro BR Investimentos. Também tem vasta atuação na academia: foi professor de macroeconomia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na Fundação Getulio Vargas (FGV) e no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) no Rio de Janeiro.

Além de sugerir que a Petrobras e os Correios também sejam privatizados, Guedes defende a reforma da Previdência, e de forma bem radical, com contas individuais para cada cidadão. Com as privatizações, ele defende o pagamento da dívida pública, para liberar as contas para programas sociais. Ele reforça que manteria o Bolsa Família.

A máquina pública também passaria por um enxugamento, com 10 a 15 ministérios. Impostos passariam por uma simplificação e redução de alíquotas – similar ao que fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Eu acho que nenhuma alíquota no Brasil podia ser mais de 20%. Em vez de ter o isento e o de 37%, vamos para o 20%?”, disse Guedes.

Em 12 de fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou nove pontos que baseariam um suposto plano econômico de Guedes para Bolsonaro, com foco em ajuste fiscal, queda estrutural dos juros e do gasto com a dívida pública, e a retomada da capacidade de investimento do governo, que segundo o jornal focaria na área social. A reforma da Previdência é um desses pontos.

 

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https://www.osul.com.br/o-guru-de-jair-bolsonaro-faz-uma-ofensiva-para-melhorar-a-imagem-do-presidenciavel-no-exterior/ O guru de Jair Bolsonaro faz uma ofensiva para melhorar a imagem do presidenciável no exterior 2018-09-01
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