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Brasil Pessoas que queriam tomar vacina fazem fila de mais de 7 quilômetros em cidade do Rio de Janeiro

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Muitos moradores madrugaram ou até chegaram um dia antes para garantir o atendimento. (Foto: Reprodução de TV)

O prefeito de Duque de Caxias, terceiro maior município do Estado do Rio de Janeiro, decidiu diminuir a faixa etária do público-alvo de vacinação contra covid-19 de 80 anos para a partir de 60 anos.

A cidade tem uma população estimada de 86 mil habitantes nessa faixa etária, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A prefeitura só disponibilizou 6.100 doses para imunizar a população nessa sexta-feira (5), suficiente para 7% do grupo.

O anúncio atraiu, inclusive, pessoas de outras cidades e Estados, o que resultou em uma aglomeração enorme e até 7 quilômetros de filas de carros desde a madrugada. Uma das filas chegou a sair do município.

A imunização começou às 7h em nove pontos de vacinação — um deles drive-thru — instalados no distrito de Xerém. Não era preciso apresentar comprovante de residência.

Antes das 6h30, a fila de carros para vacinação pelo sistema drive-thru já passava de 4 quilômetros. Muitos moradores madrugaram ou até chegaram um dia antes para garantir o atendimento. Eles reclamavam de falta de organização antes mesmo do início da imunização.

“Cheguei 4 horas da manhã e já estavam com papelzinho distribuindo número. E agora a própria população tá tentando se organizar para evitar tumulto”, disse um homem.

Sem a obrigatoriedade de comprovar ser residente de Caxias, muitos carros eram de outros municípios, como Macaé, Contagem, Rio de Janeiro e Belford Roxo, e até de outros Estados.

Alguns motoristas deixaram o carro na fila para guardar lugar e foram para casa para dormir.

Vacinação em outras cidades

Duque de Caxias é o único município do Grande Rio que estendeu a vacinação a qualquer idoso acima de 60 anos.

Na capital, por exemplo, nessa sexta apenas quem tem 78 anos podia ir aos postos, e neste sábado (6) é o dia da repescagem para quem perdeu a sua data.

Na Baixada Fluminense, a faixa etária vai de 74 anos (Belford Roxo) a 84 anos (Nilópolis). Em Niterói, só quem tem 80 anos ou mais pode ser imunizado.

Doses

Segundo o prefeito Washington Reis, a cidade tem 100 mil habitantes com 60 anos ou mais de idade, dado diferente do apontado pelo IBGE.

“Hoje vamos aplicar 6.100 vacinas, então tem que começar cedo. Nós madrugamos, distribuímos as senhas, divulgamos bem, são 9 novos pontos de vacinação para diminuir a aglomeração. (…) O que eu não admito é a vacina ficar guardada na geladeira”.

O prefeito admite que não há doses para todos. Reis disse ser “normal e inevitável” que pessoas de outros municípios procurem os postos em Caxias.

“No Brasil e no mundo, não tem dose para todo mundo. O que pode causar confusão é não informar as pessoas. (…) Vacina não é pra ficar guardada um segundo sequer”.

Idosos de 80 anos ou mais que ainda não receberam a primeira dose também são vacinados.

Recomendação

O Ministério Público do Rio (MPRJ) recomendou que o prefeito Washington Reis desse prioridade às idades mais elevadas — nas faixas entre 80 e 60 anos — porque a letalidade é maior entre essas pessoas.

O órgão deu um prazo de 48 horas para que a prefeitura se posicione sobre essa recomendação.

A promotora de Justiça Carla Carrubba disse que avisou, tanto verbalmente quanto de maneira formal, ao prefeito e à Secretaria de Saúde sobre os problemas que poderiam acontecer com a liberação da vacinação para essa faixa etária.

“Na quinta-feira (4) estive pessoalmente com o prefeito Washington Reis e com o Gabinete de Crise da Secretaria Municipal de Saúde. Argumentei que seria melhor priorizar as faixas etárias mais elevadas. Expliquei que liberar a vacina para maiores de 60 anos de uma vez provocaria problemas logísticos, como obrigar idosos a saírem de casa durante a madrugada. Além disso, em uma situação como esta, você faz com que pessoas mais novas passem à frente das mais velhas.”

Segundo a promotora, na tarde de quinta, tanto o prefeito quanto Secretaria de Saúde receberam uma recomendação formal do MP informando que, devido ao quadro epidemiológico, seria necessário priorizar as faixas etárias mais elevadas — não apenas para evitar aglomerações, mas também proteger os grupos mais vulneráveis.

“Quando você distribui indiscriminadamente senhas para gente entre 60 e 80 anos, não há como garantir, por exemplo, que uma pessoa de 79 será vacinada antes. As regras são contra aglomeração desde o início da pandemia. Além disso, o Plano Nacional de Imunização preconiza o escalonamento por faixas etárias na organização da vacinação”.

Segundo a promotora, o Ministério Público vai pedir o cumprimento do que está determinado em lei, com todas as medidas coercitivas previstas em lei.

“Procuramos sempre respeitar a autonomia municipal na organização da campanha de vacinação. Mas neste caso, não está ocorrendo a observância do que é preconizado no Plano Nacional de Imunização e da lei federal que prevê a irregularidade de aglomerações”.

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