Segunda-feira, 06 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2015
A PF (Polícia Federal) investiga se o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai usou notas frias para receber propina de negócios vinculados à Petrobras. Bumlai é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tinha livre acesso ao gabinete do mandatário no Palácio do Planalto. O lobista Fernando Soares, o Baiano, afirmou que foi depositado cerca de 2 milhões de reais na conta da empresa São Fernando, de aluguel de equipamentos, indicada por Bumlai para receber a suposta propina. A São Fernando, segundo ele, estaria em nome do empresário ou do filho dele.
O depósito, segundo Baiano, foi feito por uma terceira empresa, que lhe devia dinheiro. Para justificar o pagamento, teria sido feito um contrato de locação de equipamentos com a emissão de nota fiscal fictícia.
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), enviou para o juiz Sérgio Moro, da 13 Vara Federal de Curitiba, no Estado do Paraná, trechos da delação premiada em que o lobista acusa o empresário Bumlai de pedir propina de 2 milhões de reais em nome de uma das noras de Lula.
De acordo com Baiano, o dinheiro foi pedido por Bumlai como antecipação do pagamento de propina da empresa OSX para uma das noras do ex-presidente. Ele ainda destacou que o pecuarista não pediu qualquer valor à OSX, pois não havia sido fechado nenhum negócio com a Sete Brasil.
Ao pedir o dinheiro, Bumlai disse que estava sendo pressionado a resolver o problema da nora de Lula.
O lobista afirmou que o pagamento teria sido feito por transferência bancária por uma das empresas contratadas para fazer o estaleiro da OSX ou da LLX, duas companhias de propriedade do empresário Eike Batista. A transferência ficou pouco abaixo de 2 milhões de reais. (AG)