Segunda-feira, 20 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2016
A Polícia Civil de Minas Gerais pediu nesta terça-feira (23) a prisão preventiva de seis funcionários da Samarco, inclusive o presidente licenciado Ricardo Vescovi, e um da VogBR, após concluir o primeiro inquérito que apura o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Eles foram indiciados sob suspeita de homicídio qualificado por dolo eventual, além de poluição de água potável.
Além de Vescovi, foram indiciados o diretor de operações Kléber Terra, o gerente de projetos Germano Lopes, o gerente de operações Wagner Milagres, o coordenador técnico Wanderson Silvério e a gerente de geotecnia Daviely Rodrigues. Segundo a polícia, todos esses funcionários da Samarco estão licenciados de seus cargos.
Pela VogBR, foi indiciado o engenheiro responsável pela declaração de estabilidade de Fundão, Samuel Loures. A empresa havia sido contratada pela Samarco, que pertence à Vale e à BHP Billiton, e fazia obras no momento do acidente.
As investigações da Polícia Civil apontaram que a causa do rompimento foi a liquefação de rejeitos, quando a estrutura da barragem passa do estado sólido para o líquido, próximos à área da barragem que foi alteada.
Essa liquefação teria acontecido, segundo os investigadores, por falhas no monitoramento do nível da água junto a esses rejeitos.
Equipamentos que fariam esse monitoramento estavam com defeitos, conforme apurou o inquérito, e não foram realizadas leituras necessárias para garantir que a barragem não apresentava riscos. Mesmo assim, a VogBR deu o laudo de estabilidade.
O indiciamento acontece duas semanas depois de a Polícia Civil realizar operação de busca e apreensão nas sedes da Samarco em Belo Horizonte e Mariana.
O inquérito do órgão tem 13 volumes e 2.432 páginas. A Polícia Federal também indiciou sete pessoas no processo que apura crime ambiental. (Folhapress)