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Colunistas Presente de grego

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Os governadores estão esperneando. A razão: Donald Trump doou ao Brasil 2 milhões de doses de cloroquina. Mas, para ser usada, a droga tem de ser adaptada a cada paciente. O processo custa caro e o Ministério da Saúde quer que os estados assumam a despesa. “É presente de grego”, escreveu o Estadão. O jornal buscou a expressão na mitologia grega.

Guerra de Troia

A luta durou 10 anos. Os gregos queriam se apossar de Troia, mas Troia era muito segura. Uma grande muralha cercava a cidade. Com uma só entrada fortemente vigiada, ninguém passava sem autorização.

Artimanha

Tchan! Tchan! Tchan! Os gregos apelaram para a esperteza. Construíram enorme cavalo de madeira. Na barriga do bichão, esconderam armas e soldados. Quando levaram o quadrúpede até a porta da muralha, cadê?

O rei não o deixou atravessar. Mas o traidor Sínon o convenceu a mudar de ideia. Alegou que era presente dos gregos para fazer a paz. O cavalo entrou. Resultado: os guerreiros saíram de dentro e arrasaram Troia. Até hoje se fala em presente de grego. É presente de inimigo.

Por falar em cloroquina…

O portal G1 deu a notícia. Donald Trump firmou acordo com a Pfizer para comprar 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 em 2020. E, em 2021, “outras 500 milhões de doses”. Ops! Tropeçou na língua e maltratou a concordância. Milhão é masculino convicto. Que tal respeitá-lo? Assim: outros 500 milhões de doses.

Jogo pesado

Os Estados Unidos declararam guerra à China. Com medo dos avanços da potência asiática, Donald Trump faz e acontece. Acusa Pequim de espalhar o coronavírus pelo mundo, expulsa estudantes de olhinhos puxados do território americano, convence os aliados a não comprar a tecnologia 5G de empresa situada no outro lado do Pacífico.

Na quarta, mirou novo alvo. Disse que o consulado chinês de Houston era bisbilhoteiro. Espionava. Mandou fechá-lo “para proteger a propriedade intelectual dos EUA”. Ufa! Enquanto os dois gigantes brigam, vale a dica. No adjetivo composto, o sofisticado sino pede passagem: guerra sino-americana, interesses sino-brasileiros, empresas sino-europeias.

Bola no campo

Quarta-feira foi o dia da reestreia do Campeonato Paulista. Viva! Foram quatro meses de jejum. Corintianos e palmeirenses se preparavam para a grande festa. Mas… quando chegaram ao estádio, encontraram o muro pichado.

Os dirigentes foram à delegacia registrar a ocorrência. Na hora de escrever “pichado”, pintou a dúvida: com x ou ch? Foram ao dicionário. Lá estava: pichado vem de piche e pertence ao clã de pichação. É isso. Na língua como na vida, a família fala alto.

Doeu

Uriel Villas Boas ouviu na tevê a frase “eu tinha chego”. Os ouvidos doeram. Foi atrás da explicação. Como quem procura acha, ele achou. Chego é presente do indicativo do verbo chegar (eu chego, ele chega, nós chegamos, eles chegam).

O particípio de chegar é chegado. Com ele se formam os tempos compostos: eu tinha chegado, ele tinha chegado, nós tínhamos chegado, eles tinham chegado; eu havia chegado, ele havia chegado, nós havíamos chegado, eles haviam chegado.

Leitor pergunta

Disseram-me que a leitura de séculos até 10 é em numeral ordinal. A partir de 11, numeral cardinal. É assim mesmo? Se for, qual a razão? – Alberto Barduco, Santos.

É isso mesmo. Até 10, ordinal; depois, cardinal. Por quê? Imagino que seja a lei do menor esforço. Mais curto é mais rápido e menos trabalhoso. Compare: século onze, século décimo primeiro.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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