Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2021
O andamento da campanha de vacinação no Brasil depende muito do trabalho de enfermeiros e técnicos de enfermagem que cumprem a missão de imunizar a população nas mais variadas cidades do País. Essa experiência, que ficará na memória desses profissionais por várias décadas, é repleta de lances emocionantes para quem está na chamada “linha-de-frente” do combate à pandemia.
São cidadãos comuns, anônimas, mas cada um com sua história e uma dose inegável de heroísmo. Em comum, todos têm o desejo de levar a esperança em forma de vacina e não importa a distância.
“Foi uma das coisas mais incríveis que a minha profissão proporcionou”, relata Andressa Suives, uma das dezenas de funcionárias que vestem o “jaleco azul” em Belo Horizonte (MG). Coordenadora do setor de alta complexidade de um hospital, ela lembra que a chegada das primeiras doses da vacina contra Covid foi especial:
“A gente conseguiu acompanhar essa trajetória toda, desde a chegada dos imunizantes sob escolta policial até a porta da instituição, enquanto todos nós recebendo essas vacinas foi um momento maravilhoso”.
Ainda segundo ela, antes de começar a vacinar os outros colegas, cada membro da equipe passou pela primeira etapa da imunização. O momento foi registrado; uma emoção que se repete a cada dose.
“Teve gente que olhava para mim e falava: ‘Andressa eu não estou acreditando que isso está acontecendo. Sério? É verdade?’ Teve gente que falou: ‘Andressa tira foto, vamos tirar foto, vamos fazer vídeo’. Tirar foto com a caixa da vacina, com o vidro, para divulgar para família que isso realmente estava acontecendo”, relembra.
A paulista Jéssica Camargo também conhece de perto essa experiência. Ela fez história ao ser a enfermeira escolhida para imunizar a primeira pessoa (a colega de profissão Mônica Calazans) contra o coronavírus no Brasil, no dia 17 de janeiro: “A gente espera que tenhamos vacinas para todos e que, consequentemente, haja a redução dos casos e, por fim, essa pandemia acabe”
Izabella Medeiros, que trabalha em um hospital na capital mineira, perdeu um tio por complicações da Covid, mas seguiu em frente. Chegou a vacinar 400 colegas de trabalho em uma semana. Ela conta que viu mudança no sentimento de pessoas que passaram os últimos meses lidando com medo e insegurança.
“Eu via em cada olhar o olhar de medo pelo desconhecido que vinha pela frente e o olhar de frustração a cada boletim que a gente passava pelos números de óbitos. Então, poder agora participar da vacinação, ver o olhar delas de esperança a cada dose que a gente aplica é muito gratificante”, depõe.
Índios
Nascido em Sergipe, Jones Carvalho passou num concurso no Amazonas para trabalhar com índios e agora é vacinador. Aplicar os imunizantes em tribos da Região Norte do Pais não tem sido fácil. O caminho é longo, mas Jonas sabe que vale a pena:
“Existem aldeias que a gente só consegue chegar por meio de helicópteros ou de aviões monomotores. Em algumas aldeias, a gente também só consegue chegar após uma viagem de cinco ou seis dias de barco, sendo que depois é preciso pegar uma canoa para conseguir entrar no Igarapé e ter acesso às aldeias. É um trabalho difícil, mas gratificante”.