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Brasil Réu no processo que apura a morte de uma bancária, o Doutor Bumbum criou uma associação para acolher vítimas de erro hospitalar

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Denis Furtado ganhou notoriedade em julho de 2018, quando foi preso pela morte de uma paciente. (Foto: Reprodução/Instagram)

O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, réu no processo que apura a morte da bancária Lilian Calixto, em julho do ano passado, criou uma associação para acolher vítimas de erro hospitalar. Libertado da prisão desde janeiro, ele agora presta consultoria, “de forma gratuita e voluntária”, a vítimas ou a pessoas que temem eventos adversos ocasionados por atendimento hospitalar.

A associação, que funciona apenas em ambiente virtual, já possui, segundo ele, quase 3 mil membros do Brasil e do exterior. Em entrevista ao jornal O Globo, Denis Furtado disse que decidiu abordar o tema após ser acusado da morte da bancária e por também já ter sido vítima de erro de atendimento.

” Precisamos conscientizar as pessoas que todos podem de uma hora para outra precisar de um hospital e de um correto atendimento médico hospitalar, porém, não existe no Brasil um índice de qualidade hospitalar, sendo isso apenas subjetivo. Não é porque estamos em um hospital que estamos salvos e livres da doença ou de uma complicação por eventos adversos. Hospitais erram, médicos erram e precisa ter alguém que alerte para isso” — afirmou, ressaltando uma pesquisa da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que aponta três fatalidades com pacientes em hospitais a cada cinco minutos.

Dr. Bumbum sustenta que Lilian Calixto, de 46 anos, foi vítima de um erro de atendimento no hospital particular para onde foi levada, após passar mal um dia depois de passar por um procedimento estético em sua cobertura na Barra da Tijuca. No dia seguinte à aplicação da substância PMMA nos glúteos — um derivado de acrílico, a bancária passou mal e foi levada para um hospital particular pelo próprio Denis, onde morreu horas depois, após quatro paradas cardiorrespiratórias.

Laudos

O laudo de necrópsia produzido pelo IML atestou que a causa da morte havia sido uma embolia pulmonar, mas um laudo elaborado a pedido da defesa de Denis foi apresentado à Justiça. De acordo com o documento, assinado pelo perito Leví Inimá de Miranda, Lilian foi vítima de um “enfarte miocárdico agudo”, sem relação com a aplicação de PMMA.

“O meu caso comprovou tantas falhas no atendimento hospitalar que me pergunto por que levei a paciente para lá. Talvez numa rede pública, mesmo com todos os problemas, os médicos teriam avaliado com atenção e conhecimento os exames”, ponderou. “Não trataram nem uma doença nem outra, deixando a paciente em observação até ir ao óbito, causando os transtornos evidentes para tantas famílias”, completou.

A mãe do Dr. Bumbum, a médica Maria de Fátima Furtado, que também foi parar na cadeia suspeita de participar do procedimento na cobertura, é uma das associadas. Uma advogada e uma psicóloga também apoiam a iniciativa em um grupo fechado no Facebook e WhatsApp.

A prisão de Denis, que responde por homicídio doloso, foi trocada por quatro medidas cautelares: comparecimento periódico em juízo para informar e justificar atividades; proibição de se ausentar do Rio durante a investigação e recolhimento em casa à noite e nos dias de folga, enquanto estiver sendo investigado; proibição de contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; recolhimento domiciliar no período noturno “quando não no exercício de atividade profissional” e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos.

De acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina), Denis Furtado teve o exercício profissional cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Nos sites dos Conselhos Regionais de Goiás e do DF, o registro aparece como regular.

“Conforme prevê a legislação vigente, a decisão do Conselho Regional precisa passar pelo referendo do Conselho Federal de Medicina. Atualmente, o CFM aguarda a conclusão das etapas legais previstas”, ressaltou o CFM em nota. “Ele só ficará impedido de exercer a profissão, caso a sua cassação seja confirmada no Conselho Federal. Por determinação legal, a atuação dos conselhos de medicina ocorre estritamente no âmbito administrativo do exercício profissional. Acusações de delitos envolvendo médicos fora do exercício profissional são apuradas/punidas pela Justiça em suas esferas cível e/ou criminal”, esclareceu.

Em nota, a Rede D’or conta sobre a noite em que Lilian Calixto deu entrada no hospital:

“A paciente deu entrada na emergência do hospital, no dia 14 de julho, às 23h, em quadro extremamente grave, não responsivo às manobras de recuperação de acordo com os protocolos médicos necessários ao caso, evoluindo a óbito, às 01h, do dia 15 de julho. Foi prestado o atendimento adequado e preciso à situação da paciente. O caso foi detalhadamente informado às autoridades competentes e está sob apuração nas devidas instâncias”.

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