Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
A demissão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, criou um racha na bancada do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Congresso Nacional nessa terça-feira (6). Ao contrário da bancada do PDT na Câmara dos Deputados, a bancada do partido no Senado emitiu um comunicado afirmando que se manterá na base do presidente Lula. O texto foi assinado pelo líder, senador Weverton Rocha (PDT-MA).
Mesmo discordando do posicionamento da casa vizinha, o senador Weverton afirmou que o “partido segue unido”. “A bancada do Senado respeita a posição da bancada na Câmara dos Deputados e, embora tenha um posicionamento diferente, reitera que o partido segue unido em defesa dos ideais trabalhistas”, afirmou Weverton.
No começo da tarde dessa terça, os parlamentares do partido na Câmara haviam feito um pronunciamento oficial anunciando o desembarque do apoio ao governo.
A decisão foi tomada quatro dias após o presidente licenciado da sigla, Carlos Lupi, pedir demissão do Ministério da Previdência, em meio a um escândalo de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O comunicado dos senadores afirmou que a eles vão na contramão dos colegas da Câmara porque o grupo tem mais “afinidade” com o governo.
“A decisão foi tomada tendo por base a afinidade da bancada com o governo tanto no projeto de desenvolvimento para o Brasil, como na maioria das pautas no Senado”, afirmou.
A bancada do PDT na Câmara não recebeu bem o processo de saída de Carlos Lupi da Esplanada dos Ministérios. Dentro da sigla, a demissão de Lupi foi recebida como o ápice de um processo de fritura público e um “desrespeito” ao partido. Os deputados afirmam que terão uma posição “independente”.
Atualmente, o PDT tem 17 deputados federais e três senadores. O partido faz parte da base aliada do Planalto desde a posse de Lula, em 2023.
Oposição
O líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), disse que o PDT não irá para a oposição, mas ficará como “independente” na Câmara. O parlamentar acrescentou que a decisão não é uma “retaliação” pela saída de Lupi, mas que o caso da fraude no INSS foi a gota d’água que faltava para a legenda sair do governo.
“Esse problema de relacionamento com o governo já vem há muito tempo. A questão do INSS, que é uma questão muito importante para nós e para todos os brasileiros, foi, na verdade, mais um episódio. Foi o pingo d’água que faltava. Não é retaliação”, disse.
O ex-ministro Lupi participou da reunião, realizada em Brasília. O líder Mário Heringer destacou ainda que não houve apoio do governo em relação ao partido.
“Apoiar o governo Lula não é problema nenhum para a gente, até porque é o governo que está aí. E tem feito um trabalho que eu reputo de um trabalho bom para o Brasil. Mas o governo Lula não está dando, e não estava dando desde antes, a reciprocidade e o respeito que o PDT julga merecer”, completou.
No lugar do presidente do PDT, Carlos Lupi, foi nomeado para a pasta da Previdência o ex-deputado federal Wolney Queiroz, também do PDT, que era então o secretário executivo do ministério.