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Saúde Testes de anticorpos não servem para medir proteção das vacinas contra o coronavírus

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As doses serão entregues até meados de setembro. (Foto: Antônio da Costa/Instituto Butantan)

Circula no WhatsApp o vídeo de um homem não identificado alegando que a CoronaVac confere “praticamente proteção nenhuma” contra a covid-19. Para afirmar isso, ele se baseia no resultado de um teste de anticorpos, que teria sido feito 30 dias após tomar a segunda dose do imunizante e dado resultado de “28% e indeterminado”. Essa informação, no entanto, é inútil para avaliar a eficácia da vacina.

Órgãos de saúde, entidades médicas e especialistas alertam que testes sorológicos não servem para verificar se uma pessoa vacinada está protegida contra a covid-19. Os exames apenas detectam a presença de anticorpos em determinado momento, mas apresentam risco de falsos negativos e não são capazes de avaliar todos os mecanismos essenciais no processo de defesa proporcionados pelas vacinas.

Além disso, a ciência ainda não tem a resposta sobre quais os níveis de anticorpos necessários para prevenir a covid-19. Ou seja, é impossível afirmar que o número de 28% mencionado no vídeo seria bom ou ruim. Por conta disso, não existe nenhuma orientação para que a população faça esse tipo de teste depois de receber qualquer vacina.

Algumas versões da peça de desinformação atribuem o vídeo a um suposto médico do Hospital Israelita Albert Einstein, chamado “Roberto Klaus”. Em outra verificação, foi comprovado que não existe nenhum profissional com esse nome na instituição, nem registrado no Conselho Federal de Medicina.

Exame

O teste citado no vídeo usa o método de sorologia. O exame é realizado por meio de amostra de sangue e verifica a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus, a partir da detecção de anticorpos em pessoas que foram expostas ao SARS-CoV-2. Pode ser feito por meio de testes rápidos em farmácias e drogarias (com menos sensibilidade e maior chance de falsos positivos e negativos) ou em laboratórios (mais demorados, porém, de maior precisão).

Para diagnóstico de covid-19, a recomendação é que seja feito o exame cerca de 10 dias após o início dos sintomas. Esse intervalo é necessário porque o organismo precisa de um tempo até combater a infecção de uma forma robusta. Se feito antes do prazo, o teste pode ser incapaz de reconhecer a resposta imunológica. Ainda assim, o padrão ouro para diagnóstico da covid-19 é outro, o RT-PCR, que possibilita coleta em três dias.

Com o início da vacinação no Brasil, algumas pessoas passaram a usar o teste sorológico para descobrir se o imunizante teve efeito. Especialistas, por outro lado, desaconselham a prática. “É uma enorme besteira”, afirma o professor do Instituto de Química da Unicamp Luiz Carlos Dias, membro da força-tarefa da instituição no combate à covid-19. “Se der positivo ou negativo, não faz a menor diferença.”

Órgãos de saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autarquia do Ministério da Saúde responsável pela aprovação de medicamentos, divulgou um comunicado na última terça (8) alertando para o problema. O documento deixa claro que mesmo os testes servem apenas para diagnosticar a covid-19, e não para atestar a proteção das vacinas.

“Não existe até o momento definição da quantidade mínima de anticorpos neutralizantes necessária para conferir proteção imunológica contra a infecção pelo SARS-CoV-2”, afirma a Anvisa. “Dessa forma, esses produtos não devem ser utilizados para determinar proteção vacinal.”

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, adota o mesmo posicionamento. “Os testes de anticorpos podem desempenhar um papel importante em identificar pessoas que foram expostas ao vírus SARS-CoV-2 e desenvolveram respostas imunes”, aponta o diretor do Escritório de Diagnóstico In Vitro e Saúde Radiológica do FDA, Tim Stenzel. “Porém, esses testes não devem ser usados para determinar imunidade ou proteção contra a covid-19 em nenhum momento, especialmente depois de a pessoa ter sido vacinada.”

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) resume os quatro motivos principais para dispensar esses exames depois da vacinação: não se sabe o nível de anticorpos necessários para prevenir a doença; os exames podem dar falsos negativos; alguns testes verificam outros anticorpos, que não aqueles que certas vacinas devem produzir; e resultados positivos podem derivar de uma infecção prévia.

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https://www.osul.com.br/testes-de-anticorpos-nao-servem-para-medir-protecao-das-vacinas-contra-o-coronavirus/ Testes de anticorpos não servem para medir proteção das vacinas contra o coronavírus 2021-06-11
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