Terça-feira, 19 de agosto de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Trump agora mira as empresas dos Estados Unidos: “É o modelo chinês entrando no governo americano”

Compartilhe esta notícia:

Trump deu o passo inédito de arrecadar uma parte da receita gerada pelas vendas de chips de inteligência artificial para a China feitas pela Nvidia e pela Advanced Micro Devices (AMD). (Foto: Reprodução)

Ele não falou sobre isso na campanha eleitoral. O tema nem sequer foi abordado em seu primeiro mandato. Ele chegou a criticar seu antecessor por adotar medidas semelhantes.

Mas, neste mês, o presidente americano Donald Trump deixou claro que está disposto a usar todo o peso do governo dos EUA para intervir diretamente em assuntos corporativos a fim de alcançar seus objetivos econômicos e de política externa.

Com o apoio de sua equipe de financistas de Wall Street, Trump deu o passo inédito de arrecadar uma parte da receita gerada pelas vendas de chips de inteligência artificial para a China feitas pela Nvidia e pela Advanced Micro Devices (AMD).

E, em um movimento que pode transformar o governo dos EUA no maior acionista da Intel, o governo estaria negociando comprar 10% de participação na combalida fabricante de semicondutores. No mês passado, o Pentágono também decidiu realizar um aporte de US$ 400 milhões em ações preferenciais de uma empresa pouco conhecida de mineração de terras raras.

Na economia de livre mercado dos Estados Unidos, o governo normalmente não compra participações em empresas. Existem exceções, claro, como durante a crise financeira de 2008-2009, quando interveio para apoiar grandes nomes como Citigroup, AIG e General Motors. Embora a Intel enfrente problemas de desempenho, a empresa não corre risco iminente de colapso.

É por isso, em parte, que investidores, legisladores, especialistas em segurança nacional e outros entrevistados repetidamente se referiram a “incerteza” e “território desconhecido” ao serem perguntados sobre os riscos associados às novas políticas de Trump.

— É uma direção estatal que não tivemos nos EUA, é muito o modelo chinês entrando no governo americano — disse Gary Hufbauer, pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics.

‘Campeões nacionais’

A sequência de medidas surpreendeu Wall Street e veteranos na formulação de políticas em Washington, que, em público e em privado, reconheceram nunca terem visto nada parecido em suas décadas de carreira. Se bem-sucedidas, essas ações poderiam enriquecer investidores privados e poupadores de médio porte, ao mesmo tempo em que impulsionariam a segurança nacional dos EUA à frente da China.

Mas também são apostas arriscadas, que podem resultar em perdas para os contribuintes e distorcer os mercados de maneiras imprevisíveis para os investidores.

— Estou muito preocupado. Teremos esses setores nos quais o presidente começa a dizer “vocês têm que nos pagar apenas para vender internacionalmente” — disse Lee Munson, diretor de investimentos da Portfolio Wealth Advisors, que administra US$ 390 milhões em ativos. — Onde isso vai parar? Eu nem sei como comprar ações de empresas que têm exposição à China e possuem propriedade intelectual de alta tecnologia.

O envolvimento direto do governo Trump em questões corporativas está se tornando uma marca do segundo mandato do presidente. Trump, que se descreve como um negociador nato, tem um histórico misto de sucessos, mas prometeu trazer mais de uma abordagem empresarial para governar em Washington.

Além de requisitar parte da receita da Nvidia e da AMD e da possível participação acionária na Intel, seu governo garantiu a chamada golden share da Nippon Steel, uma siderúrgica japonesa, que dá a Trump poder pessoal para tomar decisões corporativas sobre a US Steel. Nesses casos, o governo está escolhendo vencedores e perdedores, correndo o risco de prejudicar o livre fluxo de capital.

“O foco do governo Trump em indústrias como aço, semicondutores e minerais críticos não é arbitrário — esses setores são essenciais para a nossa segurança nacional e econômica”, disse o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, em um comunicado enviado por e-mail. “Inflação controlada, trilhões em novos investimentos, acordos comerciais históricos e centenas de bilhões em receita tarifária provam como a liderança prática do presidente Trump está abrindo caminho para uma nova Era Dourada para os Estados Unidos.” Com informações do portal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Estados Unidos estão à beira de uma recessão, com preços subindo e emprego parado, diz economista da Moody’s
Quem é o filho da princesa da Noruega acusado de 32 crimes, incluindo estupros e maus-tratos
https://www.osul.com.br/trump-agora-mira-as-empresas-dos-estados-unidos-e-o-modelo-chines-entrando-no-governo-americano/ Trump agora mira as empresas dos Estados Unidos: “É o modelo chinês entrando no governo americano” 2025-08-19
Deixe seu comentário
Pode te interessar