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Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2020
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) realizou uma coletiva on-line, nesta quinta-feira (03) para apresentar o balanço de 2020 e as perspectivas para 2021 do varejo gaúcho. Os dados foram apresentados pelo presidente da Federação, Vitor Augusto Koch e pelo consultor econômico, Eduardo Starosta.
As lojas do Rio Grande do Sul sofrem desde março com a queda nas vendas do comércio varejista, devido a pandemia do novo coronavírus que impôs restrições para o setor. “Nós tivemos muitas dificuldades na execução das nossas atividades, especialmente no nosso setor do varejo e do comércio que foi extremamente afetado”, destacou o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
O consultor econômico, Eduardo Starosta, apresentou os efeitos da pandemia no estado gaúcho. De acordo com Starosta, o pior momento para o comércio varejista aconteceu em março com queda de 13,5%, abril com recuo de quase 28% e maio com retração de 9%. Já a recuperação do setor começou em setembro com crescimento de 4,12%. “A nossa projeção para o ano, muito pressionado por esses três meses de queda absurda nas vendas é uma queda consolidada da ordem de 4,36% no cortejo final de 2020”, revelou Starosta.
Os únicos segmentos que apresentaram crescimento durante a pandemia, foram os supermercados (6,29%), produtos farmacêuticos (2,03%) e materiais de construção (12,21%), que de acordo com o consultor econômico, foram os que mais se mantiveram abertos durante os períodos mais graves de isolamento social. A exceção foram os postos de combustíveis, que mesmo permanecendo abertos, tiveram queda de vendas de 9,88%, devido a paralisação geral da mobilidade em várias atividades.
Na visão da entidade, as maiores quedas dos estabelecimentos que foram obrigados a fecharem as portas, concentraram-se em tecidos, vestuário e calçados, totalizando uma queda de 29,70%, seguido por veículos com 20,83% e informática/escritório com 16,44%. Já o ramos dos livros e similares tiveram uma retração de 33,31%, que pode ser explicado por razões estruturais e pelo avanço da leitura eletrônica.
Outro assunto abordado no encontro virtual foi sobre o impacto da pandemia no emprego gaúcho. “No Rio Grande do Sul, nós esperamos fechar o ano com uma queda de 50 mil postos de trabalho. Essa queda foi provocada em meados de abril, maio, junho e julho, por conta da radicalização do processo de isolamento social”, disse Starosta. Segundo o consultor econômico,o ano de 2020 vai encerrar com um déficit de 13 mil empregos.
Conforme o consultor econômico, o cenário para 2021 deve ser positivo. “O conhecimento sobre o vírus evoluiu, nós temos redução de mortalidade, tratamentos medicamentosos adequados e uma perspectiva de vacina”.
Projeções para 2021 Brasil
Já para o Rio Grande do Sul, a Federação projeta uma expansão do PIB de 4,5 para 7% ano a ano. Para o consumo, a projeção é de um aumento de 5 a 8% nas vendas no varejo. “Para melhorar isso, o governo do estado tem que assumir uma política mais agressiva para atrair investimentos estratégicos. A grande virada positiva da economia do Rio Grande do Sul, foi quando alguns governos passados se empenharam a trazer grandes empresas para o Rio Grande do Sul”, finalizou Starosta.