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Ciência Vênus ainda é geologicamente ativo? Análises da missão da Nasa indicam que sim

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Apesar de serem considerados "irmãos", Vênus e a Terra seguiram caminhos evolutivos bem diferentes. (Foto: Reprodução/ESA)

Vênus, considerado um “planeta infernal” devido à esmagadora pressão atmosférica e elevadíssimas temperaturas existentes por lá, pode ser mais parecido com a Terra do que se pensava. Ao analisar imagens da missão Magellan, lançada pela Nasa na década de 1990, para mapear a superfície venusiana, uma equipe de cientistas descobriu evidências de movimentos tectônicos acontecendo na superfície do planeta, causados por blocos da crosta. Então, talvez, nosso vizinho ainda esteja geologicamente ativo.

Na Terra, temos as placas tectônicas se movendo lentamente sobre o manto. Essa é uma característica que não é vista em Marte ou na Lua, mundos que têm uma litosfera sólida e imóvel. Durante muito tempo, os cientistas consideraram que isso também valia para Vênus, mas ao analisar imagens da missão Magellan, a equipe encontrou algumas formações que podem indicar a ocorrência do movimento de grandes blocos da crosta venusiana.

Eles identificaram áreas em que grandes blocos da litosfera pareceram se mover, separando-se, unindo-se novamente, rotacionando e deslizando uns pelos outros, quase como um bloco de gelo faria em um lago congelado. Então, para entender melhor o que observaram, eles começaram a elaborar modelos computacionais, e descobriram que o movimento no interior do planeta pode ser o responsável pelos movimentos observados na superfície.

Paul Byrne, autor líder do estudo, explica que já se sabe que algumas partes de Vênus podem ser jovens em termos geológicos. “Alguns dos blocos se formaram e deformaram estas jovens planícies de lava, o que significa que a litosfera se fragmentou depois da formação delas”, diz. Assim, a equipe considera que alguns dos blocos podem ter se movido geologicamente de forma recente. Enquanto na Terra as placas se movem pelas diferenças de temperatura no manto, o que acontece em Vênus é uma espécie de variação disso: “não é bem como as placas da Terra, porque não há grandes montanhas sendo formadas ou sistemas gigantes de subdutos”, diz o autor.

O processo pode ser entendido, então, como uma evidência de deformação causada pelo fluxo do manto do planeta, que ainda não havia sido demonstrada em escala global. “Embora seja diferente do que que vemos na Terra, ainda assim é uma evidência do movimento interior sendo expresso na superfície do planeta”, diz. Assim, essa atividade pode muito bem estar em andamento – e, talvez, seja o caso de uma etapa intermediária de atividade tectônica, que pode ajudar os cientistas a entenderem melhor os exoplanetas que orbitam suas estrelas a uma distância parecida com aquela entre Vênus e o Sol.

Felizmente, esta e outras questões relacionadas aos mistérios do planeta podem receber respostas em um futuro não muito distante: recentemente, a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA) aprovaram novas missões rumo a Vênus, para observar a superfície do planeta a uma resolução bem maior que aquela da missão Magellan. “Estou particularmente animado com essas missões, que vão poder testar nossa descoberta de que as planícies do planeta se fragmentaram em blocos, que se acotovelam entre si”, finaliza o autor.

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