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Tecnologia Produção de vídeos falsos com uso de inteligência artificial liga alerta nos Estados Unidos

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Comício deve acontecer às 20h e são esperadas 100 mil pessoas. (Foto: Reprodução)

Donald Trump falando sobre como os algoritmos o ajudaram a chegar a Casa Branca. Mark Zuckerberg explicando como manipulou milhões de pessoas. E Kim Kardashian afirmando que não se importa em ser odiada nas redes sociais. Todos esses são exemplo de um novo e controverso fenômeno que paira sobre a campanha eleitoral americana de 2020, a deep fake, nome usado para designar vídeos falsos criados com o auxílio de inteligência artificial. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

A expressão vem da junção da palavra em inglês “fake” (falso) com o termo “deep learning” (aprendizado profundo), um ramo da inteligência artificial em que sistemas aprendem a analisar dados e executar tarefas.

O processo para criar esse tipo de vídeo é relativamente simples, explica Agesandro Scarpioni, coordenador do curso de jogos digitais da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista).

O trabalho basicamente é feito por softwares que são capazes de mapear as expressões faciais de uma pessoa a partir de um vídeo original.

Depois, o próprio programa usa essas informações para criar um novo vídeo a partir do primeiro, alterando alguns pontos. É possível, por exemplo, mudar o que a pessoa disse ou trocar completamente a face da personagem.

Assim, uma pessoa pode se passar por outra, falar algo que a outra não disse, dar um depoimento, sorrir e até aparecer em um local onde nunca esteve”, diz Scarpioni.

A vantagem dessa técnica é que a manipulação é feita de maneira sutil e realista, sendo quase impossível perceber as modificações a olho nu.

A deep fake é usada no mercado pornográfico e também já deu as caras em jogos eletrônicos, no cinema e na televisão. E ela que permite, por exemplo, colocar o rosto de um ator famoso no corpo de um dublê.

Mas é seu uso em campanhas políticas que tem assustado especialistas como advogado Diogo Rais, professor da FGV e do Mackenzie.

É uma fake news muito mais sofisticada e que traz um novo desafio. Hoje há uma ideia de que, se eu vi, é verdade, e para deep fake isso não existe”, diz ele.

Editor do site jornalístico Bellingcat, Eliot Higgins vai pelo mesmo caminho. “Nós já vemos a quantidade de conteúdo falso que é disseminado por apoiadores de figuras políticas, em especial de Donald Trump, e não podemos esperar nada diferente no caso dos vídeos de deep fake”, diz ele, conhecido por usar ferramentas de redes sociais em suas reportagens.

Na verdade creio que é até mais provável que eles sejam mais compartilhados, já que inicialmente são mais convincentes e em geral é só isso que as pessoas precisam para apertar o botão de compartilhar”, completa.

Scarpioni, da Fiap, concorda. “As pessoas não fazem uma análise prévia, não observam o vídeo, só recebem no grupo da família de WhatsApp e logo aquilo vira verdade. E depois para corrigir é muito difícil”, afirma ele.

A primeira deep fake que se tem notícia foi feita em 2017 por três pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA.

O grupo usou inteligência artificial para modificar um vídeo de Barack Obama, fazendo o ex-presidente americano falar coisas que na verdade faziam parte de uma entrevista anterior – a ideia era demonstrar o poder da tecnologia e não enganar ninguém.

Logo, porém, especialistas alertaram para o perigo que a técnica poderia representar em eleições.

Vídeos de deep fakes podem ser usados para espalhar falsos rumores sobre candidatos. E até mesmo podem colocar em dúvida eventos verdadeiros, com a desculpa que tudo pode ser falso”, diz o pesquisador Aviv Ovadya, que investiga como a informação circula no mundo.

O assunto voltou a ser destaque nas últimas semanas após o surgimento de um vídeo que foi alterado para que a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, aparentasse estar embriagada.

A confusão em torno do caso aumentou após o Facebook se recusar a deletar o vídeo, apesar de ele ser falso.

Dias depois, surgiu no Instagram (que pertence ao Facebook) um novo vídeo estrelado pelo fundador e CEO da rede social, Mark Zuckerberg, no qual ele aparecia denunciando a atuação das empresas de tecnologia.

A imagem era na verdade um deep fake feito por uma dupla de artistas britânicos exatamente com o objetivo de denunciar os perigos do uso deste tipo de técnica.

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https://www.osul.com.br/a-producao-de-videos-falsos-com-uso-de-inteligencia-artificial-liga-alerta-nos-estados-unidos/ Produção de vídeos falsos com uso de inteligência artificial liga alerta nos Estados Unidos 2019-06-16
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