Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2019
“Quem defende o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional está na manifestação errada”, disse o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre as manifestações convocada para domingo (26) por seus apoiadores.
O presidente ressaltou que “essa pauta está mais para Maduro”, em uma referência ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Bolsonaro e alguns ministros tomaram café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (23), no Palácio do Planalto.
Militares
Os militares não têm um pensamento único sobre a política brasileira no momento. Mas pode-se dizer, ouvindo alguns comandantes de alta patente das Forças Armadas, que a maior parte deles concorda razoavelmente com o texto distribuído pelo presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira (17) via WhatsApp, segundo informações do UOL.
Conforme militares, de fato o Brasil vive um impasse econômico provocado pela divisão entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e pelos interesses das corporações com maior poder de fogo. É mais ou menos o diagnóstico do artigo distribuído pelo presidente, mas em um linguajar menos condescendente com o bolsonarismo.
O que os militares não estão vendo com bons olhos é a solução engendrada para o impasse: um chamamento para os apoiadores de Bolsonaro irem às ruas no domingo acossar o Judiciário – especialmente o Supremo Tribunal Federal – e o Legislativo – especialmente o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Humor das Forças Armadas
A escalada no tom de apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal nas convocações para os atos de domingo fizeram líderes políticos de diversas siglas sondarem os ânimos das Forças Armadas. Os relatos são de que, neste momento, não há risco de embarque dos militares em “uma saída não constitucional”.
Se Bolsonaro mantiver o discurso de que é vítima de uma conspirata, parlamentares avaliam que a relação com o Legislativo chegará a ponto de não retorno, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Em blogs de apoiadores de Carlos Alberto Brilhante Ustra, surgiu um texto atribuído a um general da reserva que fala em “revolução cidadã”. Ele pede que Bolsonaro “lidere o povo” e aponte quem são os achacadores.
Integrantes da ala técnica do governo e de parte da bancada do PSL tentam mudar o mote das convocações. A ideia é redirecionar os chamados para uma pauta positiva, de defesa da reforma da Previdência, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e até mesmo do presidente, sem ataques às instituições.