Quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2025
O que chamamos de desmaio é denominado na medicina de síncope e trata-se de algo de início súbito, com recuperação espontânea e rápida. É uma perda transitória da consciência por falta de oxigenação no cérebro.
A primeira coisa a ser feita é deitar a pessoa de barriga para cima e levantar as pernas para que a circulação sanguínea volte aos poucos para a cabeça, explica o cardiologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (RN) Antonio Amorim.
Desmaios podem ser confundidos com convulsão ou parada cardíaca, provocada por AVC ou infarto. Por isso, é importante: verificar se a pessoa está respirando; checar o pulso da pessoa no pescoço, na altura da carótida, ou no braço; se não houver respiração ou pulsação, deve-se chamar imediatamente o SAMU.
Se a pessoa demorar mais de 5 minutos para acordar, não costuma se tratar de um desmaio.
O cardiologista do InCor Luiz Aparecido Bortolotto explica que, se o pulso estiver presente e forte, é preciso verificar se está lento ou muito acelerado. Se estiver lento, pode indicar uma frequência do coração muito baixa. E se estiver rápido, pode significar uma arritmia.
Os desmaios podem ocorrer basicamente por dois motivos: alterações nos batimentos do coração ou queda da pressão arterial — sendo esta a causa mais comum.
Na maior parte das vezes, trata-se de situações benignas, sem risco de vida. Porém, existem causas mais perigosas, chamadas de síncope cardíaca, que podem estar relacionadas a arritmias ou a problemas sérios no coração, como o infarto.
Entenda melhor os três tipos de desmaios.
– 1 – Síncope reflexa, também chamada de síndrome vasovagal: É o tipo mais comum. Atinge cerca de 3 a 5% da população, sendo mais comum em jovens entre 10 e 30 anos. Ocorre mais em quem tem predisposição. Pode ocorrer devido a queda da pressão arterial, da frequência cardíaca ou de ambos.
A causa é benigna e há sintomas prévios, como tontura, vista turva, sudorese e perda de equilíbrio. Esses sinais ajudam o indivíduo a entender (muitas vezes até inconscientemente) que é hora de deitar-se. Seu risco maior seria a queda com concussão na cabeça, mas os sintomas na maioria das vezes ajudam a evitar essa queda.
Entre os gatilhos, estão: Desidratação. Por isso, quem tem predisposição deve sempre se manter hidratado, o que ajuda a regular a temperatura e pressão; Ambientes muito quentes e aglomerados; Dor aguda; Emoção intensa; Ficar muito tempo em pé.
– 2 – Síncope por hipotensão ortostática: Mais comum em idosos. Também tem sintomas prévios, como tontura, vista turva, sudorese e perda de equilíbrio. Pode ocorrer também pelo uso de medicamentos, como alguns para a próstata e diuréticos. Pode ocorrer quando o indivíduo levanta rápido da cama. Por isso, recomenda-se que idosos se sentem na cama cerca de dois minutos antes de levantar.
– 3 – Síncope cardíaca: Ocorre de forma súbita, sem sinais prévios. Pode vir acompanhado de palpitações e dor no peito. Tem como risco a chance de bater a cabeça na queda. É a mais grave e exige o acompanhamento de médico especialista para investigação. Pode estar associado a arritmias ou infarto.
Veja abaixo que fazer e o que evitar em caso de desmaio:
– Deite a pessoa de barriga para cima e, se possível, eleve as pernas. Isso ajuda o sangue a voltar mais rápido para o cérebro.
– Não jogue água no rosto. Isso não ajuda a pessoa a acordar.
– Não tente levantar logo após o desmaio. Ela deve permanecer deitada até se sentir bem, para que a circulação volte ao normal.
– Não ofereça comida, bebida ou sal enquanto a pessoa estiver desacordada. Há risco de engasgo e não existe benefício comprovado em dar sal.