Terça-feira, 09 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2025
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, rebateu críticas à atuação da Corte. Em publicação nas redes sociais, Gilmar afirmou que não há uma “ditadura da toga” e que os ministros não agem como “tiranos”.
Ele foi às redes sociais no último domingo (7), Dia da Independência do Brasil, horas depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fazer críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e associá-lo à “tirania”.
Ao discursar durante um ato pró-anistia na avenida Paulista, Tarcísio afirmou que “ninguém aguenta mais a tirania” de Moraes, relator de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Por que vocês estão gritando isso (“Fora, Moraes”)? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse País”, disse Tarcísio.
Sem mencionar o governador, Gilmar Mendes disse que o que o Brasil “realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe”.
O ministro afirmou, ainda, que o STF tem “cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais”.
“O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam”, escreveu Gilmar.
Apoiadores do ex-presidente Bolsonaro participaram no domingo de atos em defesa do perdão aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023. Espalhadas pelo País, as manifestações também contaram com críticas à atuação dos ministros do STF.
Em sua manifestação, o ministro mais antigo em atuação no Supremo afirmou que, no Dia da Independência, é “oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento”.
“Se quisermos falar sobre os perigos do autoritarismo, basta recordar o passado recente de nosso país: milhares de mortos em uma pandemia, vacinas deliberadamente negligenciadas por autoridades, ameaças ao sistema eleitoral e à separação de Poderes, acampamentos diante de quartéis pedindo intervenção militar, tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público, além de planos de assassinato contra autoridades da República”, disse Gilmar.