Domingo, 01 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2015
Uma pesquisa com 42 mil alunos no primeiro ano da faculdade constatou que quanto mais cedo os adolescentes têm acesso a cartões de crédito, menos preparados eles se sentem para gerenciar seu próprio dinheiro. Por isso, se você quer que seu filho ou filha que faz faculdade aprenda a gerenciar dinheiro, dê a ele, ou ela, um talão de cheques em vez de um cartão.
Aqueles que tinham contas bancárias, por outro lado, mostraram-se “bem mais preparados” para cuidar de suas finanças do que aqueles que não tinham contas antes de ingressar na faculdade. É o que diz o estudo conduzido pela companhia de tecnologia de ensino EverFi.
As constatações casam com a experiência de Janet Bodnar. Editora da Kiplinger’s Personal Finance e mãe de três universitários, ela vê os cartões de crédito para estudantes como perigosos e desnecessários. Os jovens precisam ter quantias limitadas de dinheiro para aprender habilidades essenciais como definir orçamentos e monitorar suas contas, ressalta.
Conta-corrente.
O ideal é que os estudantes comecem com uma conta-corrente no ensino médio para aprender a gerenciar a renda obtida com os primeiros empregos. Segundo Janet, crianças que não gastam seu próprio dinheiro sempre têm uma definição flexível do que constitui uma crise financeira.
“Uma emergência é precisar de um vestido para uma festa ou pagar uma pizza para os amigos porque ninguém tem dinheiro”, conta. “Você pensa no plástico… como uma conveniência. Os garotos acham que ele é uma linha direta com seu bolso.”
A colunista de finanças pessoais Kathy Kristof, que também escreve para a Kiplinger’s e tem dois filhos universitários, está do outro lado da cerca. Ela acha que o cartão de crédito pode fazer sentido para algumas famílias. “Para pais que conhecem seus filhos e os ensinaram como lidar com o dinheiro, ele pode tornar sua vida mais fácil”, diz.
Geralmente os universitários podem se qualificar para ter seus próprios cartões de crédito, sem precisar da assinatura de um dos pais ou de um histórico de crédito, quando eles completam 21 anos. Se os pais quiserem ajudar um filho a construir um histórico de crédito antes disso, eles podem acrescentar esse filho, ou filha, ao seu próprio cartão de crédito como “usuário autorizado” – os pais devem entrar em contato com o emissor do cartão e perguntar se ele vai exportar o histórico de crédito para o relatório de crédito do filho, uma vez que alguns cartões fazem isso apenas para cônjuges.
Kathy deu cartões aos dois filhos, um já formado e o outro ainda fazendo a faculdade, para o pagamento de passagens de avião para casa e cobrir emergências. “Estou feliz por ter filhos como usuários autorizados porque posso ver o que eles estão fazendo e tirar o cartão deles se vir que estão abusando.”
Até agora, sua filha sempre a consultou antes de fazer uma compra. O filho, porém, às vezes usa sem pedir, mas avisa Kathy e a paga antes do vencimento da fatura. Ela conta que não deixaria um filho ter um cartão de crédito se não pudesse ter acesso às contas. Até mesmo um universitário responsável pode se distrair e esquecer-se de consultar o saldo ou fazer um pagamento na data. Nos Estados Unidos, um simples pagamento perdido pode devastar a pontuação de crédito. “O que você não vai querer fazer é colocar um filho na situação em que ele poderá ter problema de crédito antes de sua vida realmente começar”, afirma.