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Geral A menos de 50 dias, inflação e falta de pessoal desafiam o Censo deste ano

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Recenseador entrevista moradora em Rio Branco (AC) em teste do Censo. (Foto: Divulgação)

Faltam menos de 50 dias para o Censo Demográfico 2022, marcado pelo início da coleta dos dados, mas até lá o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem uma série de desafios pela frente. O instituto acaba de abrir uma seleção para selecionar 48 mil recenseadores, diante da dificuldade de preencher as mais de 180 mil vagas temporárias. Ou seja, até agora não garantiu cerca de um quarto (26,5%) dos profissionais que precisa. Para acelerar o processo, a seleção vai dispensar prova e se dará por análise de currículo. A equipe que vai chegar terá que passar por treinamento prévio – isso em pouco mais de um mês.

Ao mesmo tempo, a liminar da Justiça no Acre pedindo a inclusão de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero continua como uma ameaça para a operação censitária. O IBGE, que recorreu da decisão através da Advocacia-Geral da União (AGU), já declarou oficialmente que não é possível cumprir o pedido da Justiça sem novo adiamento da pesquisa e mencionou “risco considerável”.

Além disso, o instituto precisa lidar com as restrições financeiras de viabilizar um Censo com o orçamento no mesmo valor nominal de R$ 2,3 bilhões previsto ainda em 2019, sem qualquer atualização de inflação para o período, e lidar com o custo mais alto de combustível, que compromete os gastos com logística para os recenseadores chegarem nas diferentes partes do país, especialmente naquelas mais distantes, como na Amazônia.

Para além do gasto para abastecer veículos, há casos em que é necessário alugar barcos e até pequenos aviões para chegar aos cerca de 78 milhões de domicílios do Brasil. Em março, o próprio presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, admitiu que estava com “o radar ligado” para a inflação e que o custo da operação era uma preocupação.

O anúncio de um novo processo seletivo simplificado complementar na semana passada deixou clara a dificuldade de fechar a equipe de mais de 210 mil trabalhadores temporários para o Censo, sendo cerca de 183 mil recenseadores. Geralmente, nesta época, a pouco mais de um mês do início da coleta dos dados, em 1º de agosto, o quadro de profissionais temporários está fechado ou faltam pessoas para postos de trabalho específicos, em determinadas cidades.

Os sucessivos adiamentos do Censo Demográfico – previsto inicialmente para 2020, mas adiado por dois anos seguidos, primeiro pela pandemia e depois por falta de recursos no Orçamento da União – dificultaram a atração de pessoas, mesmo com mais de 11 milhões de pessoas sem trabalho no país. Após inscrições abertas em 2020 e em 2021, em processos depois suspensos, a seleção para quem queria trabalhar no Censo 2022 foi feita em dezembro do ano passado. Diante da baixa procura, o prazo foi ampliado para janeiro, mas ainda assim o número de candidatos foi menor que em edições anteriores da pesquisa.

Outra barreira pela frente é a liminar da Justiça que pede a inclusão de questões sobre orientação sexual e identidade de gênero ainda nesta edição. O questionamento sobre a exclusão do tema no Censo começou ainda no fim do ano passado, quando o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que iria investigar eventual irregularidade na pesquisa em razão da não inclusão dessas questões. Em março, entrou com ação civil pública na Justiça Federal pedindo a inclusão das perguntas no Censo 2022. No início deste mês, a Justiça Federal decidiu, em liminar, em favor da ação, e o IBGE já recorreu.

Há um debate sobre a metodologia da pesquisa. O instituto alega que divulgou informações sobre orientação sexual na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que há um cuidado com a sensibilidade dos dados e o Censo não seria a forma mais adequada de investigar o tema.

Uma disputa na Justiça, no entanto, traz alguma instabilidade na reta final para o Censo. Situação um pouco diferente que a do ano passado, quando foi a Justiça, através do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a realização do Censo, após uma longa negociação com a União por causa do orçamento da pesquisa. As informações são do jornal Valor Econômico.

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https://www.osul.com.br/a-menos-de-50-dias-inflacao-e-falta-de-pessoal-desafiam-o-censo-deste-ano/ A menos de 50 dias, inflação e falta de pessoal desafiam o Censo deste ano 2022-06-15
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