Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2024
Durante o auge da pandemia de covid, 11,3 milhões de pessoas não compareceram para votar, o que corresponde a 29,53% do eleitorado.
Foto: ABrCom abstenção elevada, o 2º turno das eleições municipais deste ano se aproximou dos índices registrados em 2020, quando o pleito ocorreu em meio à pandemia de covid. Em São Paulo, a maior cidade do País, houve um novo recorde de não comparecimento às urnas desde o início da série histórica, em 1996. Outras capitais, como Porto Alegre e Belo Horizonte, também alcançaram seus maiores índices de ausência.
Uma das principais preocupações dos candidatos que disputaram o 2º turno das eleições municipais, a abstenção foi de 29,26% – segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 99,9% das urnas apuradas. O número supera o que foi registrado do primeiro turno, quando 21,7% dos eleitores não compareceram às urnas. Governadores de oito Estados chegaram a mudar a data de celebração do Dia do Servidor Público, celebrado nessa segunda-feira (28), na tentativa de evitar um feriado estendido que estimulasse a ausência.
A abstenção registrada no domingo ficou atrás apenas do 2º turno da votação de 2020. Há quatro anos, o total de brasileiros que não votaram atingiu 23,15% no primeiro turno e 29,53% na fase seguinte do pleito.
Em São Paulo, os esforços do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) e de Guilherme Boulos (PSOL) para convencer os eleitores a irem às urnas não surtiu efeito. A ausência no maior colégio eleitoral do País chegou a 31,54%, percentual maior do que os 27,34% da primeira etapa da votação. O número também supera o do segundo turno de 2020, o recorde até então: 30,81%.
Porto Alegre, que já havia liderado a taxa de abstenção entre capitais no primeiro turno, com 31,5%, superou a própria marca. A taxa de 34,83% foi a mais alta da capital gaúcha desde 1996.
Exceção
Situação semelhante aconteceu em Belo Horizonte, que no primeiro turno já tinha alcançado seu recorde de abstenção histórico, com 29,5%, índice que saltou para 31,95% no domingo. Até então, o não comparecimento mais elevado havia sido atingido no primeiro turno de 2020, com 28,3%. A cidade não teve segundo turno há quatro anos, quando Alexandre Kalil foi reeleito logo na primeira fase do pleito, tendo como vice Fuad Nonan (PSD), o vencedor de ontem na capital mineira.
O quadro foi diferente em Fortaleza, que havia registrado a menor abstenção entre as capitais no primeiro turno, quando 15,5% dos eleitores não foram votar. Com a disputa acirrada, vencida por Evandro Leitão (PT), a taxa também ficou bem abaixo da média nacional: 15,84%.
Os índices na capital cearense foram inferiores inclusive à taxa de abstenção das eleições de 2016. O resultado foge da curva observada na maioria das capitais, que têm registrado índices maiores de não comparecimento em relação ao período anterior à pandemia.
Caso Fortaleza, a quarta cidade mais populosa, tivesse registrado uma abstenção mais semelhante à média do País, o número geral de eleitores que se abstiveram poderia ter superado o da pandemia.
Enquanto a votação ainda estava em curso, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, disse que é necessário aprofundar a análise sobre as causas da abstenção:
“A causa não é igual em um local que teve chuva demais e em um local que teve estiagem. Para que eu apresente isso para o Brasil em um relatório final das eleições, de uma forma esmiuçada, pormenorizada, é preciso que a gente tenha esses dados de um forma mais específica.”