Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Foi um fim de semana de grandes convenções, com as participações de delegados e militantes entusiasmados. Os locais de Porto Alegre onde se realizaram os eventos para os anúncios dos candidatos ficaram lotados. Muitos discursos, faixas, balões e adesivos.
A partir de hoje, os eleitores começam a conhecer e a avaliar as propostas para enfrentar a grave crise financeira do governo do Estado, que se cresceu ao longo de décadas e chegou a um limite insuportável. Todas as fórmulas extras para arranjar dinheiro se esgotaram e a dívida pública ultrapassa 64 bilhões de reais.
Calculadoras na mão
A primeira tarefa dos candidatos deve ser quantificar o preço das promessas, considerando que o déficit apontado na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019 atingirá 6 bilhões e 800 milhões de reais. Acompanhar os cálculos das promessas será um bom exercício para os eleitores. Alguns economistas começaram a projetar ontem: haverá necessidade do valor de três receitas em um ano para cumpri-las.
Dinheiro que não volta mais
A esperança de todos os candidatos é cobrar o que o governo federal deve da Lei Kandir, que desonerou de ICMS os produtos primários exportados, a partir de 1996. O Ministério da Fazenda pagou nos primeiros anos e depois passou a aplicar o calote.
Quanto deve
A estimativa é de que a União deixou de repassar 60 bilhões de reais da Lei Kandir ao Rio Grande do Sul. O pagamento poderá vir a ocorrer daqui em diante, na hipótese de o Congresso Nacional aprovar negociação que se arrasta. O passado ficará na conta de perdas e danos. Uma vergonha.
Um pouco fora da realidade
Outra proposição dos candidatos ao governo do Estado é cobrar dos devedores de impostos. O valor total, atualmente, anda em torno de 40 bilhões de reais. Basta conversar com técnicos de nível superior da Secretaria da Fazenda para saber: 80 por cento das empresas contra as quais foram abertos processos já desapareceram.
Fazer a reforma tributária é a única garantia de que haverá redução na sonegação e na inadimplência, sobretudo do ICMS.
Começa mal
A mudança repentina de rumo do PP deixou sequelas. Luis Carlos Heinze, que perdeu a condição de candidato ao governo do Estado em favor de Eduardo Leite, não foi ontem à convenção do PSDB. Perdeu a oportunidade de pedir o apoio dos tucanos para sua campanha ao Senado.
Inusitado
Em 48 horas, dois gaúchos, que não eram cogitados, surgiram e foram alçados à condição de protagonistas da sucessão ao Palácio do Planalto. A política do Rio Grande do Sul nunca tinha vivido situação igual. Germano Rigotto é o vice de Henrique Meirelles. Contou com os avais do presidente Michel Temer e dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Ana Amélia Lemos tornou-se vice na chapa de Geraldo Alckmin.
Preço da inexperiência
Henrique Meirelles, ontem, na convenção estadual do MDB, repetiu o método de Dilma Rousseff. Em julho de 2010, para falar ao auditório lotado do Colégio Rosário no lançamento de sua candidatura, trouxe pronto o discurso, que leu pausadamente. Era o começo.
Giro extenso
O PDT não conseguiu formar coligações e teve de recorrer, ontem, à saída caseira. A senadora Katia Abreu foi escolhida para vice na chapa de Ciro Gomes. Pecuarista, ela começou a carreira política no PPB há 23 anos. Passou por PFL, DEM, PSD e PMDB, antes de se tornar trabalhista. Amiga da presidente Dilma, assumiu o Ministério da Agricultura em janeiro de 2015.
Tática será bater forte
Conclusão de nove entre cada dez observadores da política: além de curta e com pouco dinheiro, a campanha eleitoral será de violência verbal sem precedentes.
Câmera, luz… ação!
Em dez dias, terminará o prazo para o registro de coligações e começará a rodagem da novela “Estranhos no Espelho”.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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