Domingo, 04 de maio de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Advocacia-Geral da União cria parecer sobre os limites da atuação da primeira-dama Janja em viagens, após ordem do governo

Compartilhe esta notícia:

Documento servirá de referência para estabelecer direitos e deveres do cônjuge dos presidentes da República em roteiros nacionais e internacionais. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A Advocacia-Geral da União (AGU) prepara um parecer inédito que prevê os limites da atuação do cônjuge do presidente da República nas situações em que atua como representante simbólico do chefe de Estado e de governo em eventos nacionais e internacionais. O documento está sendo elaborado por determinação do Palácio do Planalto em meio a contestações da oposição sobre a atuação da primeira-dama, Janja da Silva.

O documento será divulgado na semana em que Janja irá a Paris representar Lula na Cúpula Nutrição para o Crescimento, desta quarta (26) a 30 de março. O presidente designou a primeira-dama para participar do evento a convite do governo francês. Na semana passada, Janja embarcou sete dias antes de Lula para o Japão junto com equipe precursora do presidente que sempre viaja com antecedência aos destinos que serão visitados pela comitiva presidencial.

A AGU finaliza o parecer diante da avaliação interna de que os roteiros de Janja no exterior geram desgaste político a Lula e ao governo. Embora não tenha peso de uma decisão judicial ou de uma portaria assinada pelo presidente, servirá de referência para aplicação na administração pública federal.

O estudo da AGU vai estabelecer direitos e deveres de natureza pública da atuação do cônjuge do presidente e a possibilidade de suporte pela administração pública na participação do cônjuge nesses eventos, como pagamento de diárias, servidores que a acompanham e estrutura como hospedagem e transporte. O documento tratará também da transparência relacionada a essa atuação, ponto pelo qual Janja vem sendo cobrada. Apontará a extensão do dever de divulgação da agenda e o alcance das obrigações de transparência ativa e passiva relacionadas ao uso de recursos públicos para o desempenho dessa função.

Integrantes da AGU diretamente envolvidos na elaboração do parecer apontam que o texto tem dois objetivos centrais. O primeiro é dar algum nível de segurança jurídica ao trabalho não remunerado do cônjuge do presidente, primeira-dama ou primeiro-cavalheiro, em situações em que sua atividade de representação “tenha inegável interesse público”, diz um trecho do texto. O segundo é dar mais transparência na prestação de contas relativas a essa atividade, ampliando o controle social sobre as informações relacionadas ao assunto.

O parecer vai mencionar antecedentes históricos do Brasil e informações sobre como a representação de cônjuges de chefes de Estado é tratada em outros países. O governo pretende com isso oferecer respaldo jurídico à primeira-dama ou ao primeiro-cavalheiro na hipótese de eventual ação judicial. Em caso de processos, a primeira-dama poderá argumentar que atuou cumprindo a legislação orientativa da Presidência da República.

A Constituição não trata sobre o papel da primeira-dama nem dá limites, direitos e deveres sobre as funções do cônjuge do presidente. Um dos pressupostos principais que embasa a análise da AGU é o de que, em um país democrático, é fundamental que haja definição mais clara sobre o papel do cônjuge presidencial no âmbito da administração pública.

O parecer é mais um movimento do “bunker de proteção” à primeira-dama. O governo montou um grupo informal para tentar blindá-la e oferecer uma estratégia jurídica e política, ante o diagnóstico de que Janja virou alvo preferencial de ataques da oposição. O grupo é formado pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e o grupo de advogados do Prerrogativas.

Nesse colegiado, Messias acompanha de perto todas as representações feitas contra a atuação de Janja nos últimos meses. A primeira-dama tem sido alvo de uma série de representações, na Justiça, no Tribunal de Contas da União e no Ministério Público Federal. Uma delas pedia a saída de Janja das dependências do Palácio do Planalto, mas foi arquivada em 14 de março. Até o momento, judicialmente nenhuma dessas representações prosperou. (Com informações do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Janja vai a Paris falar sobre desnutrição e será recebida pelo presidente Emmanuel Macron
Ministra Gleisi sugere pegar “empréstimo de Lula” em caso de dívida, sofre críticas nas redes sociais e apaga post
https://www.osul.com.br/advocacia-geral-da-uniao-cria-parecer-sobre-os-limites-da-atuacao-da-primeira-dama-janja-em-viagens-apos-ordem-do-governo/ Advocacia-Geral da União cria parecer sobre os limites da atuação da primeira-dama Janja em viagens, após ordem do governo 2025-03-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar