Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2015
Ela queria ser médica para ver o que havia dentro das pessoas. O sonho de infância, contudo, cedeu lugar ao estrelato. Muito rápido, diga-se de passagem. Aos 14 anos, Ana Paula Arósio já tinha feito o seu primeiro milhão, era a modelo mais bem paga do Brasil e capa de mais de 50 revistas no exterior. O futuro promissor na moda chegou à TV e quando todo mundo pensava que ela seria uma dessas damas que perduram na carreira, a atriz saiu de cena. Isso aconteceu há cinco anos.
Aos poucos, porém, Ana Paula parece retomar alguns dos hábitos que ficaram no passado recente. Como dar entrevistas, por exemplo. A atriz falou recentemente sobre o marido, Henrique Pinheiro Plombon, ganhador da medalha de prata no Jogos Pan-Americanos de Toronto (Canadá) ao concorrer no CCE (Circuito Completo de Equitação). Em novembro, prometeu aos produtores do filme “A Floresta que se Move”, do qual é protagonista, que vem ao Brasil para o lançamento: ela aceitou participar de coletivas, entrevistas individuais e tapete vermelho.
“Ela vem. Ainda estamos negociando a ida dela para o Canadá, quando o filme participará de uma mostra. Assim que tivermos uma agenda de lançamento, vamos divulgar para a imprensa”, garante a assessoria do longa.
À espera da moça, agora uma linda quarentona, também estão os fãs e gente que a conheceu ainda muito novinha. Gente, inclusive, que aposta que Ana Paula nunca quis ser famosa. A artesã Vanessa Rodrigues se lembra bem da menina cabeluda que conheceu em Praia Grande (SP). “Um dia, às 6h estava fazendo alongamento e vejo passar um palito branco e cabeludo. Eu a reconheci das capas de revista”, conta Vanessa, que se lembra de que Ana Paula era muito diferente quando estava longe da mãe Claudete: “Ela não conhecia ninguém na praia, eu tinha uma turma de 20 pessoas. Chamei a Ana para sair com a gente. Mas a mãe foi até minha casa saber se eu era de uma boa família”. Vanessa conta que Claudete Arósio superprotegia a filha e mantinha Ana Paula em rédea curta.
Aos 16 anos, ainda mantendo contato com a mesma turma, Ana Paula conheceu Fabiano Rodrigues, seu primeiro namorado. Os dois se apaixonaram e começaram um relacionamento. Mas Rodrigues era pobre e a mãe da atriz não aprovou o namoro. “A Ana Paula já tinha dinheiro, uma carreira pela frente. A mãe dela não queria que nada atrapalhasse seu caminho”, conta Rodrigues, hoje empresário do ramo de tecnologia: “Namoramos três meses, depois ela foi para Nova York [EUA]. Mas, enquanto estivemos juntos, ela sempre foi uma menina doce, que detestava ser reconhecida. Andava de boné na rua para não chamar a atenção. Ela nunca ligou para a fama”.
De acordo com a amiga e o ex-namorado, Claudete tinha tanto zelo com a filha que a proibiu de falar com o namorado e a turma que ela andava na época. “Ela saía de casa e levava o aparelho de telefone com ela. A Ana tinha de ir à padaria para me ligar. Não me surpreende que hoje ela viva distante da mãe”, relata Vanessa. Dessa época também existe outro fato curioso. Entre a família e os amigos, Ana Paula pedia para ser chamada de Bia. “Ela só dizia que gostava desse nome e ninguém a chamava por outro”, lembra Rodrigues.
Para Walcyr Carrasco, autor com o qual Ana fez sua primeira peça, “Batom”, o exílio voluntário da estrela é compreensível. “Não estava próximo a ela para saber exatamente o que aconteceu, mas entendo que uma pessoa tem o direito de não querer continuar a ser famosa. Parece estranho ao grande público, que vê a fama como um tesouro em si. Mas o fato é que não é assim, principalmente para os atores, que muitas vezes têm suas vidas devassadas e sofrem muitas pressões”, avalia.
No entanto, depois de dar adeus à carreira, assim como a estrela de Hollywood Greta Garbo fez nos anos 1940, no auge do sucesso, Ana Paula retorna através do cinema. (AG)