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Por Redação O Sul | 13 de abril de 2023
O Ministério da Saúde afirma continuar indicando e distribuindo para Estados e municípios os imunizantes da AstraZeneca e Janssen para proteção contra a covid-19. Em nota, a pasta nega o suposto abandono das vacinas que circula nas redes e explica que elas são recomendadas para pessoas com mais de 40 anos – público com menor probabilidade de apresentar os efeitos adversos.
A alteração foi feita em dezembro de 2022, em nota técnica assinada pela gestão anterior. No documento, a pasta deixa de recomendar os imunizantes para pessoas com menos de 40 anos após um estudo identificar riscos de trombose abaixo da faixa etária, sobretudo em mulheres.
A medida foi motivada por uma pesquisa que chegou a 98 casos com suspeita de trombose após as doses das vacinas com vetor viral da covid-19. Até setembro do ano passado, a maioria dos confirmados era relacionada à AstraZeneca.
“O acordo de cooperação técnica com Biomanguinhos/Fiocruz para produção de insumos, incluindo a vacina AstraZeneca, segue vigente. O contrato com a Fiocruz prevê a entrega escalonada de doses, conforme o andamento e a estratégia de vacinação em todo o país”, informa o ministério.
A Saúde reforça que todas as vacinas ofertadas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “As estratégias de vacinação no Brasil, assim como os imunizantes indicados para cada público, levam em conta o avanço tecnológico do setor e novas evidências científicas sobre o tema, sempre discutidos no âmbito da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI).”
Conforme a nota técnica, na população de 18 a 39 anos, devem ser administradas preferencialmente vacinas da Covid como a Pfizer ou CoronaVac. Entretanto, nos locais de difícil acesso ou na indisponibilidade do imunizante dessa plataforma [RNAm], poderão ser utilizadas as vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen).
Os eventos analisados ocorreram, em sua maioria, num período de 30 dias após a vacinação (mais comumente entre 4 e 30 dias). A incidência de ocorrência é bastante variável. Os casos de trombose relatados fazem parte dos efeitos adversos raríssimos, representando 0,2 casos por 100 mil doses aplicadas até 3,8 casos por 100 mil doses aplicadas.
As formas clínicas mais reportadas foram de trombose de seio e trombose venosa cerebral. Também há relatos de trombose de veias intra-abdominais, tromboembolismo pulmonar e tromboses arteriais. No entanto, segundo o estudo, devido à raridade das ocorrências, não foram identificados fatores de risco associados à síndrome em pessoas com menos de 40 anos.
“Todas vacinas covid-19 tem um bom perfil de segurança, porém não se pode descartar a ocorrência de raríssimos casos de reações adversas graves. Em um cenário inicial de elevada morbidade e mortalidade da covid-19 no país, a relação benefício vs risco demonstrou-se extremamente favorável a vacinação” destaca a nota técnica. As informações são do jornal O Globo.