Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2020
Recentemente, houve bastante especulação sobre uma possível saída de Mandetta (D) do cargo
Foto: DivulgaçãoO apoio que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem no núcleo militar do Palácio do Planalto para continuar no cargo perdeu força. O tom adotado pelo auxiliar presidencial em entrevista concedida à Rede Globo foi avaliado pela cúpula fardada como uma provocação desnecessária, que atrapalha o esforço de se evitar uma troca no comando do ministério em meio à pandemia de coronavírus.
Na entrevista, exibida na noite de domingo (12), Mandetta disse que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente Jair Bolsonaro sobre como se comportar durante a crise provocada pela Covid-19 e alertou que os meses de maio e junho serão os mais duros.
O ministro também criticou aglomerações em padarias. Na quinta-feira (09), novamente ignorando as recomendações de isolamento social, Bolsonaro entrou em uma padaria, onde tirou fotos e cumprimentou apoiadores.
Para militares do governo, Mandetta fez um confronto público com Bolsonaro, não obedecendo à hierarquia do cargo, e reacendeu um conflito que havia diminuído de temperatura no final da última semana. A avaliação no Palácio do Planalto é de que Mandetta desprezou o esforço da cúpula fardada e está preocupado neste momento apenas com a sua imagem pública, em uma eventual tentativa de se candidatar a governador de Mato Grosso do Sul em 2022.
Apesar do incômodo com a postura do ministro, Bolsonaro indicou, na noite de domingo, que não pretende afastar Mandetta do cargo neste momento. Nesta segunda-feira (13), perguntado por jornalistas sobre a entrevista, o presidente disse que não assiste à Rede Globo e não quis comentar as declarações do auxiliar presidencial.