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Rio Grande do Sul Autoridades dos Estados Unidos bloquearam quase 140 milhões de reais de uma empresa gaúcha investigada por esquema de “pirâmide financeira”

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Indeal foi alvo de operação da PF no Vale do Sinos em 2019. (Foto: Arquivo/PF)

Os Estados Unidos anunciaram o bloqueio de US$ 24 milhões (quase R$ 140 milhões) em moedas virtuais de uma empresa gaúcha acusada de envolvimento em esquema de fraude por meio de “pirâmide financeira”. Conforme o Departamento de Justiça norte-americano, a PF (Polícia Federal) havia pedido ajuda internacional à “Operação Egypto”, sobre esquema que teria lesado milhares de investidores em R$ 1 bilhão.

Apesar de a nota não mencionar o nome da empresa, informações extraoficiais indicam tratar-se da Indeal, fundada na região do Vale do Sinos, mas de atuação também em outros Estados (ou mesmo do Exterior) e investigada por suspeita de ser oferecer um falso fundo de investimentos por meio de bitcoins (uma das mais difundidas modalidades de criptomoeda). As vítimas recebiam a promessa de retorno fixo mensal de 15% ao mês.

O valor apreendido em criptomoedas pelo FBI (equivalente à Polícia Federal nos Estados Unidos) pertence a Marcos Antonio Fagundes, acusado de lavagem de dinheiro e operação de instituição financeira sem autorização, dentre outros crimes. Ele era um dos cabeças da Indeal e chegou a ficar alguns meses preso no Rio Grande do Sul no ano passado.

Ainda de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os ativos virtuais estavam aplicados em uma corretora de criptomoedas atuante no país e que cooperou com as investigações, capitaneadas por um grupo de trabalho especializado do FBI.

“O objetivo da ofensiva é preservar os fundos para processos de confisco pendentes no Brasil para compensar os investidores vitimados neste esquema de investimento fraudulento”, ressaltou o texto divulgado pelas autoridades dos Estados Unidos.

Conforme mencionado, Fagundes chegou a ser preso no Brasil junto com o seu sócio Ângelo Ventura da Silva, no início de 2019, mas em agosto do mesmo ano ambos obtiveram um habeas corpus que permitiu as suas solturas. Na época, o rastreamento dos investigadores identificou mais de R$ 128 milhões enviados ao exterior pela empresa, de forma não declarada, o que é ilegal.

Pirâmide

A “Operação Egypto” foi deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2019, resultando nas prisões de 19 pessoas ligadas à Indeal. Segundo as investigações, a empresa prometia retornos de 15% ao mês mas fazia investimentos em fundos de renda fixa que rendiam somente 2% na época. O esquema de “pirâmide” se configurava à medida em que o fluxo de dinheiro de novos clientes cobria os retornos aos investidores.

Um levantamento da Receita Federal feito na época mostrou que uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro do ano passado

Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de R$ 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano — caso de Marcos Antonio Fagundes.

De acordo com a PF, ao menos 23,2 mil indivíduos foram lesados pela empresa do Vale do Sinos. De boa-fé, eles teriam injetado no esquema um total de R$ 448,6 milhões. Se considerada a remuneração contratada com os denunciados, o prejuízo dado aos investidores no total de R$ 1,2 bilhão.

Conforme o MPF (Ministério Público Federal) brasileiro, a devolução do dinheiro aos lesados pela Indeal a partir das quantias bloqueadas só poderá ser efetivada quando o processo for encerrado. Pelos cálculos dos investigadores, porém, esses recursos poderão não ser suficientes para ressarcir a todo mundo.

(Marcello Campos)

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